Segundo turno. Chegou o momento

Por Márcio Alexandre da Silva

Dia 31 vamos escolher o ou a presidente que governará o nosso país no próximo quadriênio (2011 – 2014).

Infelizmente alguns assuntos, a meu ver, não foram postos em pauta ou não foram aprofundados a contenta, ajam vista suas relevantes importâncias. Alguns deles são:

O Projeto de Lei Complementar 549/2010 que propõe o congelamento dos salários dos servidores públicos por 10 anos e impedimentos de novos concursos públicos. Essa medida seria tomada com o argumento de “enxugar” a máquina administrativa. Se nada foi explicitado, tudo me leva crer que ambos os postulantes a presidência tem concordância com o atalho a essa propositura legislativa.

Ninguém propôs, ao menos não ouvi ou li, o veto do fator previdenciário (9 .876/1999), nem mesmo discutir sobre esse assunto que é fruto da reforma previdenciária aprovada pelo governo de Fernando Henrique Cardoso e mantida por Lula. Lembramos que o fator previdenciário é uma regra, que reduz em alguns casos o valor da aposentadoria de quem deixa de trabalhar antes da idade mínima e já contribuiu pelo tempo máximo determinado. Destacamos que o fim do fator previdenciário já foi aprovado pelo Senado e Câmara Federal, cabendo ao futuro presidenciável sancioná-lo ou não? Como nenhum dos dois candidatos se manifestou, contra ou a favor, perdemos a chance de discutir algo sério, ao invés de saber quem tem mais fé.

A Proposta de Emenda a Constituição (PEC 231/95) que sugere a redução de jornada trabalhista de 44 para 40 horas semanais e aumento do adicional da hora extra de 50% para 75% do valor da hora trabalhada também não foi discutida.

Não discutiram sobre a discrimanalização ou não dos trangênicos? Com os debates políticos não ficamos sabendo, quais e quantas pesquisas estão sendo feitas para aferir o impacto ambiental, social e de saúde com a plantação, comercialização e industrialização de produtos alimentícios e similares geneticamente modificados?
Pouco se falou sobre a continuidade da transposição do Rio São Francisco.

Quando falamos são Francisco, temos que falar baixinho, pois senão os políticos começarão a rezar achando que estamos falando do Santo Católico e não do rio. Por que rezar, dar um ar de santidade e humildade é mais relevante do que discutir as possíveis consequências de transpor o “Velho Chico” nesse pleito de 2010.

Pouco se falou de reforma agrária e as mortes nos campos.

Nada sobre a titulação definitiva dos territórios quilombolas, onde os herdeiros dos escravos teriam posse definitiva das terras.

Embora não tenha tocado nesses assuntos que considero importante. Mesmo assim aconselho que todos os eleitores escolham um/a candidato/a que você mais se identifica e vote. Assim como já escolhi. Proponho que não vote em branco, nem anule ou abstenha. Quando procede desse modo esta delegando as outras pessoas o seu poder de decisão. Essa última frase é chavão, mais também é verdade.

Por se aproximar do feriado de finados estima-se que haverá um número considerável de abstenção. Mas, quem perder com essas ausências, não são nem o partido A ou B, quem perde é o processo democrático. Portanto, se você esta pensando em viajar, sugiro que vote no domingo pela manhã e viaje a partir de então com a consciência tranquila e o dever cidadão exercido.

Para concluir essa breve reflexão desejo a todo BOM VOTO! Infelizmente, pesquisa feita pelo datafolha constatou que 28% dos eleitores não lembram o nome dos dois senadores que votaram no último dia 03 (1º turno), a menos de um mês. Portanto, quando você terminar de votar amanhã, simbolicamente aparecerá à palavra FIM. Isso significa o término dessa etapa, pois, a responsabilidade do seu voto terminará no final do mandato em 2014, seu político ganhando ou não.

Ótima eleição a todos!

VOTAR: UM ATO DE CORAGEM!

Por Márcio Alexandre da Silva
A passagem bíblica que me instiga é: “Coragem! Eu venci o mundo”, disse Jesus motivando os seus discípulos.

Domingo (03) FOI o dia das eleições, também o dia da coragem...

Coragem de não votar em candidatos que tem medo de expor suas ideias aos eleitores e diante de outros candidatos. Como nos defenderá futuramente? Se não consegue defender seus ideais e projetos.

Coragem de não votar em candidatos que tenham diversos assessores, sobretudo os de campanha política: tem assessor do assessor que tem um assessor para assessorar o outro assessor. Onde ele colocará esses assessores se eleito? Já pensou nisso?

Coragem de não votar em pessoas que coaja ou induza seu voto. O seu voto é um dever moral, sagrado e inviolável. Além do que, se algum político induzi-lo a votar nele, por ameaça, seja qual for, denuncie-o ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou Tribunal Regional Eleitoral (TRE–SP). Se comprovada à coação ele terá sua candidatura cassada. Caso eleito não será diplomado. Se diplomado será cassado os direitos políticos e não poderá exercer o mandato.

Coragem de não votar em candidato que queira comprar o seu voto: o voto não tem preço; tem consequência. Portanto, denuncie! Comprar voto é crime: doar cesta básica ou qualquer outro beneficio ou mercadorias em trocas de votos são crimes eleitorais graves, tanto do político quanto do eleitor. Hoje ele compra seu voto. No futuro se eleito, imagina o que fará para se manter no poder?

Coragem de não votar em pessoas que ameaçam dizendo saber quantos votos tem na sua família. Onde você vota. Em quem você votará... Isso é balela. Conversa fiada. Político sério e integro não discursa desse modo. Não tenha medo dessas inverdades. Ninguém, eu disse ninguém, pode saber em quem você ou sua família votou. Se alguém souber é crime que deve ser denunciado.

Veja o que diz a propaganda da Justiça Eleitoral veiculada pelos meios de comunicações:

O Brasil tem o sistema de votação mais moderno do mundo. Poucas horas após o final do horário de votação os eleitos já são conhecidos. Mas, além de ser moderno e rápido, ele também é secreto e seguro. Ou seja, não há fraude, nem há como alguém descobrir em que você votou. Essa é a prova de que você pode votar tranquilo com a certeza de que o seu voto vai ajudar as definir o futuro de quem já mora na sua cidade ou de quem, um dia, vai morar” (Campanha Oficial da Justiça Eleitoral).

Portanto, não existe mais voto de cabresto. Seu voto é sigiloso e livre!
Tenha coragem de não votar em pessoas desse nível. Pois, se ele faz isso enquanto não tem o poder político: imagine quanto tiver?

Lembrando essas orientações são gerais a todos os cargos eletivos em disputa: deputados, senadores, governadores e presidente.

Se votar é um ato de coragem seja corajoso: VOTE!