Feliz “Dia Dos Ex-Professores”

Por Márcio Alexandre da Silva

No dia 15 de outubro de 2109, mãe e filha assistiam o programa televisivo matinal que abordava as extinções de algumas profissões. O repórter dizia: – “Dom Pedro I padronizou o ensino nas escolas do Brasil no dia 15 de outubro de 1827. O presidente João Goulart em 1963 institui por meio de decreto, o dia 15 de outubro como ‘dia dos professores’.” Quando o apresentador mencionou a palavra professor a mãe foi surpreendida pela pergunta da filha: - Mãe o que é professor?

A mãe pacientemente começa a explicar que há mais de cem anos as pessoas começaram a desvalorizar a importante colaboração dos professores que ensinavam a ler, despertava para o universo artístico, as viagens literárias, matemática, valores morais, cívicos e cidadão, novas descobertas para a vida. Os governos começaram a desmerecer e desvalorizarem os professores. Alguns pais ou responsáveis de alunos chamavam os professores de vagabundos, às vezes iam às escolas para agredir os professores – física e moralmente. Os alunos eram indiferentes. Ninguém mais queria ser professor devido aos baixos salários e péssimas condições de trabalho. As pessoas não iam mais as escolas, pois, achavam que aquilo tudo era perder tempo. A escola deixava de ser a oficina da vida. Naquela época o mundo entra num colapso educacional. Quem diria todos preocupados com o meio ambiente, crise econômica, sucessão 2010, Rio 2016, Copa no Brasil em 2014, e se esqueceram da força vital da sociedade – educação, conclui a mãe sua breve explicação.

Prossegue a mãe: - Por conta disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) convocou todos os presidentes para decidirem o que fazer com a educação. Nos EUA, todos os presidentes se reuniram para discutir essa problemática. O Greenpeace protestava, pois, percebeu que pela educação podiam salvar o planeta. Iniciou-se a plenária. O presidente do Brasil não pode ir, mandou o porta voz. O representante brasileiro diz: - No Brasil não precisamos mais de professores, pois temos as emissoras de TV que ensinam as pessoas sobre ciências, história, filosofia, ecologia, boas maneiras e até cidadania, pondera o brasileiro. Todos aplaudiram... O presidente norte-americano argumenta: - Aqui no nosso país, não precisamos mais dos teachers, pois, nossos filmes criam nas pessoas noção e espírito de patriotismo que precisamos, diz com arrogância o norte-americano. Foi ovacionado por todos. O presidente francês se limitou a exclamar: - já somos educados! Então todos decidiram fechar todas as escolas. Algumas escolas viraram hotéis, restaurantes, casas, bares, igrejas, shoppings, mercados e a até mesmo casa de diversão noturna.

Os governantes pensavam que assim poderia manipular com mais facilidade as pessoas, considera resignada à mãe. Após esse ato os países desenvolvidos tecnologicamente foram regredindo, pois ninguém mais aprendia a ler os difíceis manuais das tecnologias e dominar as novas técnicas. Todos os países foram regredindo culturalmente e humanamente. Não havia mais peças teatrais, composições de músicas ou filmagens cinematográficas, pois ninguém sabia ao menos escrever ou ler as peças para interpretar, as letras e as partituras para cantar as melodias, os scripts para as filmagens de novos filmes. Não houve mais descoberta científica, pois, não conseguiam ler livros de gênios da física, química e grandes filósofos – a intelectualidade extinguiu-se. Não dominando mais técnicas modernas os cultivos voltaram a ser primitivo, como em épocas antigas, com técnicas de plantio rudimentar. Tudo regrediu...

Não se assustem estamos em 2009 e isso não aconteceu. Ainda! Tudo isso é uma ilustração literária, para atentar sobre a importância da educação. Será que chegaremos esse estágio degradante? Do modo que tratam a educação SIM! Não podemos deixar que uma profissão tão antiga e importante seja desvalorizada. A vinte e cinco séculos atrás, não convencionalmente como vemos na atualidade, Sócrates já era professor nas praças e espaços livres, formando seus discípulos entre eles Platão e outros pensadores que fundaram o pensamento da humanidade.

Governantes valorizem os professores e professoras!

Aos nossos queridos amigos professores e professoras os nossos sinceros votos de força e determinação por ideais de uma educação de qualidade e valorização profissional, pois, pela ou através da educação podemos construir uma nação justa e igualitária – princípios educacionais básicos.

Consciência Ética

“O grande desafio da sociedade capitalista e neoliberal é manter o mínimo de sustentabilidade no planeta. É inseparável, no colapso ecológico global que estamos vivendo, o distanciamento na noção cidadã da consciência eco – existencial. A mudança comportamental e cidadã de políticas ambientais são indispensáveis na conservação da nossa grande casa (planeta).”

Márcio Alexandre da Silva – formado em filosofia e educador.


Neoliberalismo e modernização

No século XIX as informações corriam de forma lenta. Imagine que a notícia de que o presidente norte-americano Abraham Lincoln havia sido assassinado demorou aproximadamente 15 dias para chegar ao continente europeu. Isso não é compressível no nosso século – XXI. Já que os atentados de 11 de setembro de 2001, contra as Torres Gêmeas (World Trade Center), o centro econômico dos EUA e do mundo, foi assistida, em tempo real por pessoas do mundo inteiro.

Todos puderam ver, alguns ao vivo, o segundo avião terrorista batendo em umas das torres e posteriormente ambas desabarem. Como se fosse uma filmagem de Spielberg. Essas imagens foram vistas simultaneamente pelo mundo todo, devido o desenvolvimento e a globalização tecnológica. Se no século XIX a informação era lenta, no XXI, por conta do processo de globalização e modernização, ela é rápida, eficaz e manipuladora em algumas situações – o progresso tem seu preço?

Infelizmente tem um aspecto que a globalização não conseguiu globalizar: o combate e a diminuição da pobreza. Por exemplo, todos os países querem ter posse, ou usufruir da floresta amazônica, alegando que ela é o pulmão do mundo e pertence a todos do globo. Por isso, a maioria, principalmente o EUA, que tem uma política ambiental duvidosa, quer desfrutar da globalização e riqueza da floresta e outras fontes de riquezas naturais. Mas, quando se propõe as nações desenvolvidas, inclusive aos EUA o auxílio aos países subdesenvolvidos eles se isentam da responsabilidade.

A partir do governo de Fernando Collor, na década de 90, houve uma abertura para o neoliberalismo no Brasil. Essa corrente neoliberal moderniza e atualiza as ideias liberais, onde o estado tem função mínima na sociedade. Por conta disso houve um processo de privatizações de empresas estatais, Vale do Rio Doce, FEPASA (concessão temporária), no estado de São Paulo o Banco Banespa e Telesp entre outras empresas estatais que foram concedidas a iniciativa privada. Um exemplo próximo da nossa realidade são as concessões das nossas rodovias, a iniciativa privada faz reformas e manutenção das vias – e cobra encargos dos usuários, os indigestos pedágios.

Outro processo da globalização além da privatização é a terceirização. Que reduz os vínculos empregatícios. No Brasil há a terceirização de muitos setores, tanto público, quanto privado. Sendo assim a prestação de serviços eventuais, não criam vínculos trabalhistas entre empregados e empregador. Essa política do terceiro setor gera mais desempregos e pobreza. Essa terceirização chegou às esferas do estado, e nessa os seus efeitos, às vezes não são positivos. Pois os estados e a federação se comprometem o mínimo com a saúde, educação e outras áreas. Só para citarmos dois exemplos na nossa região. Alguns funcionários da rede pública estadual de educação, que auxiliam na organização escolar (auxiliares de limpezas) em algumas escolas são profissionais terceirizados. O governo não precisa efetivar funcionários. Pagando apenas a empresa terceirizada, que ao término de cada ano ou contrato pode demitir ou não esses funcionários sem vínculos de estabilidades entre empregado e empregador. O Hospital Regional de Assis (HRA) é estadual. Mas, qual é a porcentagem de funcionários dessa unidade efetivos pelo estado paulista?

Temos que viver e conviver com o desenvolvimento tecnológico. Mas com o crescimento das técnicas as civilizações não tiveram a maturidade de criar políticas de sustentabilidade. Todas as formas de dominações que vimos e vivemos nos últimos séculos foram de explorações. Não somente de recursos humanos, mas, também naturais. Com a revolução industrial e o crescimento dessa esfera atingiu níveis degradantes de ofensiva a natureza. Essa é a provocação para nós e para as gerações futuras: como se desenvolver sustentavelmente?

A verdade é que precisamos das técnicas? Mas, nos índices crescentes de degradação na nossa Grande Mãe Terra. Se não mudarmos o uso das técnicas a favor de um sustento adequado do planeta. Em breve não teremos esse planeta. Não da forma que conhecemos agora.

Algo precisa ser feito e começar por nós...