Julgamento dos porcos

Extra cômico!

Esse artigo não pretende desmerecer nenhum membro da polícia [no qual tenho profundo respeito] muitos menos algumas autoridades competentes. Esse, apenas aborda de maneira literária um assunto sério e real com relativo humor e crítica.

No interior de algum lugar do país, um agente de investigação mundial, foi convocado para interrogar um porco chefe de uma organização de chiqueiro.

Chegando ao Brasil, Sherlock Gomes da Silva, detetive de renome internacional, inicia o interrogatório com as seguintes perguntas: soube que é você e seu bando criminoso quem transmitem doenças? E prossegue com uma série de acusações... O chefe dos suínos [será que pode citar suíno ou A (H1N1), para não atrapalhar o comércio internacional da carne do porco?]. Bom! Enfim o suíno responde: vós me acusais sem prova, deixe que eu argumente em minha defesa? Posso chamar o meu defensor? O policial concede a autorização.

O defensor chega à sala e vai afirmando: existem seres piores do que os porcos. Bem piores! Exclama.

Quem é pior do que o porco? Pergunta o investigador nervoso.

O defensor responde: Quem é pior do que o porco? Vou lhe mostrar: quantas vezes leste em jornais, internet, revista ou viste na TV, os porcos do EUA matando os do Iraque? Vocês nos acusam de causar muitas doenças e até causamos tenho que admitir – gripes, entre outras. Mas, quantas pessoas morreram e morrem infectadas por doenças [pior do que gripe] nos períodos pós-guerra? A culpa é nossa? Afinal, guerra é o forte dos humanos, ao menos eles pensam. E continua: quantas bombas nucleares porcos norte-americanos jogaram em Hiroshima e Nagassaki? Faça um estudo do período histórico dos porcos: quantos suínos foram mortos por suínos? Entre porcos não há holocausto. Não matamos os outros por não serem da mesma raça que a nossa. E olha que nós temos raça, e os seres humanos tem etnias diferentes. E ainda nós é que somos culpados?

O Investigador meio sem jeito diz: Mas vamos nos ater apenas ao Brasil onde estamos investigando.

O porco de defensor em tom crítico prossegue: No Brasil! E num sorriso irônico insiste nas perguntas: quantas vezes você viu porcos armados matando outros porcos? Só pelo prazer de matar ou para lhe roubar algo? Nós animais, tido por vocês humanos como irracionais só matamos para nos alimentar, e o porco nem tem esse perfil carnívoro. Porcos não roubam, não fraudam e não mentem e nem nomeia familiares e amigos para trabalhar no senado... humanos sim. E outras argumentações que deixou o acusador perplexo ao ponto de concluir.

Quem será que deveria ser condenado: Os porcos? Ou os seres humanos? Os homens causam a guerra, violência, desigualdade e medo e, depois sorrateiramente quer colocar a culpa nos outros. Em quem colocaremos a culpa na alteração climática e ecológica? Será que dessa vez a condenada será a MÃE TERRA?

Enquanto isso extra cômico e trágico, pois vemos a triste notícia de mais de 27 vítimas fatais do vírus da gripe A (H1N1).

Cadê a nossa ética?

Márcio Alexandre da Silva – formado em filosofia e educador.
marciobressane@hotmail.com

Amigos e amigas

* POR MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA

Dia 20 de julho é dia dos amigos e da amizade. Na verdade todos os dias devemos cultivar belíssimas relações com nossos amigos e amigas. Vejamos o que nos orienta Platão “A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro.”.

O poeta Mário Quintana afirma haver duas espécies de chatos “os chatos propriamente ditos e... os amigos, que são nossos chatos prediletos”, ligam fora de hora; manda um: “Preciso falar com você! Me liga”, justamente quando estamos sem créditos; não atendem ao telefone quando mais precisamos e; graças a Deus nos ligam de madrugada quando o sono esta mais gostoso. (risos). Isso não é reclamação, mas, um muito obrigado a todos os meus amigos [quando escrevo amigos sintam-se incluídas as amigas, obviamente].

Sugiro que num momento oportuno, ouçam a música de Oswaldo Montenegro – A lista. Nessa o artista interroga: “Faça uma lista de grandes amigos. Quem você mais via a dez anos atrás? Quanto você ainda vê todo dia? Quantos você já não encontra mais?” essa música tem uma imensa profundidade existencial. Levando-nos a refletir e concluir que devemos preservar os amigos do presente. Sem esquecer dos amigos de outrora. Cadê aquele amigo de escola, ou trabalho, do bairro? Porque você não liga para ele ou ela, manda uma carta, e-mail, torpedo... Deixe de ser relapso, termine de ler esse jornal e vá se comunicar com seus velhos amigos. Nunca se esquecendo dos atuais é claro!


Penso que a música “Oração por meus amigos” é um hino de agradecimento a todos os amigos! A amizade é uma força estranha, quase inexplicável, ou inexplicável mesmo. Já notou que quando os bons amigos se afastam, essa distância nos dá uma melancolia gostosa, até boba, isso nos orienta para que: “Saibamos deixar um no outro. Uma saudade que faz bem.” Ironicamente é como afirmou Renato Russo “É estar-se preso por vontade” (Monte Castelo). Ainda na música do Padre Zezinho, encontramos a essência das amizades, pois, sonhamos, brincamos e brigamos juntos, nos zangamos e nos perdoamos, é a mesma comunhão de ideais expressa na melodia: “Gente que sonha junto, gente que brinca e briga. Se zanga e perdoa.” Embora os percalços de toda relação, como verdadeiros amigos conseguimos transcender as dificuldades e compreender que a amizade é “Um sentimento forte mais forte que a morte. Nos faz ser amigo no riso e na dor”, esse é o dinamismo de toda amizade – superar dificuldades e partilhar alegrias.

Analogicamente considero a vida um mar imenso; às vezes impetuoso, ora calmo, com chuvas, sol, vendavais, brisa e relâmpagos. No entanto, nesse grande mar da vida temos pessoas que são ilhas seguras e portos seguros – que são os nossos amigos. Esses portos-amigos nos dão alento, carinho, atenção e muita força para encarar as dificuldades cotidianas e partilhar das nossas alegrias.

No mundo pós-moderno deve cultivar boas relações, como antídoto ao individualismo doentio e massificador.

Findo essa citando Aristóteles “A amizade é uma alma com dois corpos.”.

Não posso deixar de agradecer meus amigos da Editora Escola, os que acompanham o blog com os comentários e meus amigos pessoais Diego e Rafael e amigas Liziane, Amanda, Silmara, Rosângela, Roseli (Namorada e Amiga).

* Formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP. Contato: marciobressane@hotmail.com

Crise no Senado?

* POR MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA

Para alguns o Senado é a “Casa dos Pais da Pátria”. Aristóteles diz que “Os legisladores tornam bons cidadãos por meio de hábitos que lhe incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logram tão desiderato falha no desempenho de sua missão”, aponta isso na obra Política.

O senado federal sempre gozou de boa reputação. E tem ótimos políticos. Mas, no início do milênio observamos o senado fragmentado – em crise. Prova disso é que ao menos três presidentes daquela casa legislativa foram derrubados por denuncias e escândalos.

O senador baiano Antônio Carlos Magalhães (ACM – memória; não sei se saudosa), caiu por quebra de decoro parlamentar. O paraense Jader Barbalho teve um fim trágico como presidente do senado, precisou se licenciar para não ser cassado. O caso de maior repercussão é o do alagoano Renan Calheiros, pesou sobre ele a acusação de loby, compras e vendas de gados e o desastroso relacionamento com a jornalista Mônica Veloso. Mesmo com essas acusações Calheiros foi absolvido por seus colegas apenas se afastando da presidência do senado.

Embora esses sejam escândalos que façam parte de um passado recente do senado federal, no momento tem pesado sobre o presidente do Senado [Sarney] acusações sérias de empregar familiares no senado, receber indevidamente auxílio moradia e outros desmandos.

Esses fatos verídicos ou não dividiu a opinião popular e política do país. Num primeiro momento o PT decide pelo afastamento do Sarney. Depois o Presidente da República anunciou que senadores petistas deveriam sustentar a aliança com o PMDB – partido de Sarney. Já a oposição afirma “Não temos mais presidente do Senado” disse Sérgio Guerra líder do PSDB (Estadão – 30/ 06/ 09). Em conversa particular com Lula, Sarney afirma que não renunciará e nem pedirá licença do cargo e afirmou que “A crise do Senado, não é minha” e que tentava corrigir erros de gestões anteriores. (Editorial Época – 16/ 06/ 2009), e esse cenário novelístico ainda se segue no Senado sem desfecho.

Lembrei-me quando morava no sítio presenciei várias vacas afundando em brejos, lamaçais ou rios. Às vezes os empregados do sítio ficavam a noite inteira tentando retirá-la – e nós meninos ficávamos bisbilhotando e ajudando no possível. Quando conseguiam tirar o animal com vida, era uma grande festa [parecia gol do Brasil em copa do Mundo]. E todos nós sabíamos que ela precisaria de cuidados especiais, por que devido ao longo tempo no frio e brejo seus membros atrofiavam. Então, precisava ser limpa, aquecida e tratada com carinho – e isso fazíamos. Mas nem sempre conseguíamos retirar o mamífero da lama. E um dado interessante me marcou, pois, quando o animal estava preste a morrer, à vaca ia cada vez mais para o meio do brejo. Daí com certeza a expressão “a vaca foi para o brejo”. O que isso tem haver com o senado? Analogicamente o senado também esta no meio do brejo, lamaçal e sujeira. O paralelo é válido; tanto pelas enormes “tetas” sugadas por políticos corruptos. Quanto pelo lama e podridão. O senado esta a cada dia mais atrofiado, refém da burocracia e ineficiência. Mas, ainda há tempo de tirá-lo dessa lama. E quando isso acontecer é preciso limpar o senado, fazer uma varredura, ética, política e moral – e que isso ocorra logo! Antes que ele [Senado] vá cada vez mais para o brejo e afunde ou desfaleça.

Tudo isso acontecendo, lembro-me da piada em que a professora de filosofia pergunta a sala: quem é o autor grego dessa célebre frase “sei que nada sei” o aluno lá do fundo responde: não vai me dizer que Sarney e alguns políticos de Brasília são gregos!

Cômico e trágico. Mas, mesmo assim não devemos nunca desacreditar dos políticos e da política.

* Formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP. Contato: marciobressane@hotmail.com

Educação

Por Márcio Alexandre da Silva *

Educação: assunto discutido desde da antiguidade até nossos dias. Isso demonstra a importância desse debate.

Agostinho (354 – 430 d. C) com seu modo peculiar de escrever nos induz a concluir que
suas bases educacionais advêm de Platão (427 – 347 a. C). O escritor transmite seus conteúdos filosóficos e doutrinários através de escritos. O livro Confissões marca uma nova etapa na história do autobiógrafo que acena para concepção da razão humana do ponto de vista tanto psicológico quanto filosófico.

Após breve introdução sobre o pensador usaremos as obras Doutrina Crista e O Mestre, para fundamentar sua tese educacional. Segundo o pensador “o professor não é protagonista do processo educativo sozinho; o aprender depende muito do interesse do aluno”. Nessas bibliografias ele afirma que “O professor apenas direciona o caminho a seguir e o aluno segue o caminho indicado pelo educador”.

Nesse ponto deparamos com um sério problema educacional: tratado por Agostinho nos séculos quarto e quinto, mas, atual aos nossos dias. O aluno é protagonista do seu conhecimento. Mas, vemos na atualidade algumas afirmações subentendidas e outras claras de que: se o aluno vai mal no SARESP, a culpa é de quem? Do professor? O aluno não recupera a defasagem de aprendizagem; de quem é a culpa? Do professor? O aluno briga na escola; quem é culpado? O professor que não educa? [A função do professor é educar?] O aluno não participa; culpa de quem? Do professor que não o motiva? E por aí vamos com exemplos infindáveis...

Não se trata de acharmos culpados. Mas a solução começaria quando todos, sem exceção, alunos, professores, estado, família, comunidade e outros seguimentos da sociedade assumissem a sua parcela de responsabilidade nesse frágil processo educacional. Não adianta ideias pioneiras de colocar professor recém aprovados para fazer cursos. Manifesto meus apoios a essa iniciativa, desde que os políticos [principalmente os favoráveis a essa prática], aprovem o projeto de lei que torne obrigatório que políticos eleitos antes de exercer cargo público passem por uma escola. [Não é justo?] Lá eles iam aprender como administrar, gerenciar o dinheiro público, teriam noções de ética e honestidade, que legal! Esse estágio serviria principalmente para alguns aprenderem que exercer cargo político não função vitalícia.
Os políticos são funcionários públicos temporários. Ah! Se pelo menos isso ficasse claro para alguns políticos. Já seria de grande valia esse cursinho – para formar políticos.
Mas lá no fundo do meu intelecto, a minha consciência sussurra... psiu, cale a boca, fique quieto, não pode reclamar do governo! Aí meu lado crítico não se suporta e exclama: calar-se! Por quê? A ditadura não terminou em 1985? Ou não podemos expressar as nossas ideias e pensamentos?

Findo deixando dois aspectos que auxiliará a melhora da educação: o primeiro é estrutural: mudar o espaço físico das escolas e salas de aulas, ambientá-las, mudar a disposição das cadeiras, essas são extremamente desconfortáveis; penso que, lousa e giz será objetos obsoletos em breve.. enfim investir mais em infra-estrutura. O segundo é o investimento no material humano: melhores salários, professores mais satisfeitos; plano de carreira; entre outras medidas mudará esse triste contexto.

Não estou isentando os professores e as professoras da sua parcela de responsabilidade. Mas, pô-los como únicos culpados, como alguns querem ou fazem é uma tremenda injustiça que só corrobora para piorar ainda mais o quadro educativo, municipal, estadual e nacional.

* Formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP. Contato: marciobressane@hotmail.com