O ato da reciprocidade

Vou abordar nesse artigo o tema filosófico chamado reciprocidade como princípio básico para todas as nossas relações.

Você conhece bem o termo reciprocidade? É um conceito pouco usado hoje em dia, pois nós queremos somente receber, dificilmente queremos nos doar. Seja um pouco do nosso tempo, conselho, vida, enfim, só queremos aspirar o que os outros têm de bom, e na hora da recíproca, saímos pela tangente.

Embora muitos não assumam, mas essa hipótese de correspondência múltipla é o desejo da maioria dos seres humanos. Esse princípio básico da qualidade recíproca permeia quase toda relação humana.

Usaremos exemplos simples, a princípio até mesmo banais, mas com grande profundidade. Imaginamos uma situação, seja qualquer relação, profissional, amizade, amorosa e muitas outras. Na relação com o outro, sempre quando eu o elogio é por que desejo receber o mesmo gabo. Notamos isso no adágio “Você esta tão bonito hoje”.

Quando nos expressamos dessa forma é por que desejamos receber o mesmo louvor. Ou quando uma pessoa insistentemente lhe faz um carinho, um gesto de afeto, um sorriso, um beijo na face, ou inúmeras outras situações, na verdade, pela lógica da relação recíproca, todas as vezes que as pessoas tomam essas atitudes elas estão quase GRITANDO para você “Faça o mesmo comigo”. Com o seu jeito, da sua forma e maneira, não importa, o que interessa é que os seus gestos, afetos, carinhos e sorrisos, sejam correspondidos da melhor forma possível.

Outro exemplo: você esta conversando com uma pessoa que não esta te dando atenção ou lhe respondendo, qual a seu comportamento natural? Para de conversar com aquela pessoa imediatamente, não é isso? Assim acontecem com os relacionamentos unilaterais, eles se esvaziam, por que só uma das pessoas doa-se um pouco de si, e não recebe nada em troca.

Reconhecer o outro, a outra, como amigo e amiga, faz muito bem para alma. Ou mesmo com parceiro, companheiro e irmão. O reconhecimento é um ato de gratidão que nos falta todo dia. Não agradecemos a nossa mãe, os professores, companheiros de serviço, patrões, superiores e tornamos nossa vida um tormento sem paz, tornando-nos cada dia mais individualista.

Na Filosofia, fundamento em Kant que na sua ética do dever, afirma que devemos agir em favor do outro como nos dirigíssemos a nós mesmos.

O que estão esperando? Retribuam reciprocamente os carinhos recebidos...

É UM PÁSSARO, UM HOMEM, UM AVIÃO? NÃO É O BARACK OBAMA

Nunca em toda a história da humanidade falou tanto na posse de um presidente como esse. Embora essa frase anterior seja marca registrada do presidente Lula, ela pode ser aplicada, com muita propriedade na posse do homem mais poderoso do mundo. O novo presidente dos Estados Unidos se tornou um Super-Homem, não no sentido nietzschiano, e sim no hollywoodiano e norte-americano.

Vimos, lemos e ouvimos sua trajetória política nos meios de comunicações de massa. Ele é a grande aposta para mudança mundial. Veja o que disse o presidente Francês Nicolas Sarkozy: “Nós estamos ansiosos que ele comece a trabalhar para que, com ele, nós possamos mudar o mundo”; e o primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, enfatizou: “Obama mobilizou uma grande quantidade de boa vontade e apoio em todos os setores da sociedade”. Promessa de mudança de mundo, aberto ao diálogo e promotor da paz universal (pax romana). Será que esses líderes acreditam nele (Obama), ou estão fazendo a política da boa vizinhança?

Tenho minhas ressalvas quanto a ele (Barack), ele não governará sozinho, e fez muita promessa, falou muito, tem um adágio popular que diz “Quem muito fala, pouco acerta.” Ele não decidirá tudo sozinho, terá um senado opositor e decisivo, por exemplo. Para solucionar a crise econômica que assola o país ele precisará do apoio dos congressistas opositores. Não podemos nos esquecer da forte indústria bélica que gera cifras enormes para a economia do país.

Eles (industriais bélicos) não se alegrarão muito com o cessar fogo (em alguns países em guerra), pois deixarão de ganhar, e farão pressão popular contra o final da guerra do Iraque (para que ela não finde). Obama prometeu o fim dessa Guerra na campanha eleitoral. Não devemos esquecer que o EUA e os norte-americanos respiram o ar ideológico do projeto neoliberal, sistema econômico que reduz tudo a lei do mercado e do lucro.

No neoliberalismo vale pelo que produz. O detrimento dos enriquecimentos de poucos, culmina no empobrecimento de muitos. Nesse sistema, pouco importa as pessoas, se a natureza esta sendo agredida ou se a violência e as guerras estão aumentando. Como as indústrias enfrentarão mudanças nas políticas ambientais, medidas que os norte-americanos acham nocivas para o desenvolvimento econômico?
Penso que Obama tem boa índole, proposta política, retórica e abertura ao diálogo, mas será impedido por forças maiores. Ele é apenas uma peça do quebra cabeça, e não o jogo inteiro, como alguns pensam.

Termino esse citando Hobbes “Homo homini lupus - o homem é o lobo do homem” ele mesmo fez a afirmação contudente “Bellum omnium contra omnes”, é a guerra de todos contra todos.

Será que o novo presidente seguirá essa lógica hobbineana? Ou não apregoará a paz entre os seres humanos e nações. Será que Obama conseguirá conduzir a bandeira da etica, cidadania, honestidade e fraternindade? Numa situação tão adversa?

Penso que é muita reza para poucos milagres!

O que vocês pesam? Deixe a sua opinião e colaboração.

Consumir, sumir, ir... comprar, comprar e comprar

Talvez fosse aconselhável que ninguém lesse esse artigo! Pois, para publicá-lo nos jornais regionais, seria preciso consumir mão de obra para edição, revisão e impressão, isso é um tipo de exploração. Sem levar em conta a questão ambiental: quantas árvores foram necessárias consumir para a publicação dos jornais? Ainda na mesma lógica podemos concluir que para o jornal chegar hoje na sua casa, trabalhadores e até mesmo crianças foram explorados no corte das árvores. Já pensou nisso! Não! Talvez seja devaneio de literário filósofo. Ou não?

Paro e penso que devo continuar a escrever. Mesmo que seja para ser publicado na internet. Então lembrei que o uso da internet consome energia. Sabe quantas pessoas morrem nas construções de barragens? Tudo isso por capricho? Para que outros e outras leiam meu texto na internet?

Descubro outro motivo para não publicarem meu futuro artigo. A seguir começarei a criticar severamente as propagandas (marketing). Como fazer isso? Se as grandes empresas que patrocinam a edição de muitos jornais, sobretudo de circulação nacional. Como posso ser débil? Criticar uma grande empresa que explora seus empregados e pagam péssimos salários, para que os seus produtos cheguem às gôndolas com preço acessíveis. Que imbecilidade! Não achas?

Vou parar de escrever tão agressivamente. Começarei a cobrar políticas públicas, médicos nos postos, melhoria no transporte coletivo, cobrar arborização na cidade... essas criticas não mexem com as estruturas de nossa sociedade consumista.

O filósofo escocês Adam Smith (1723 – 1790), o pai do liberalismo econômico afirmou em suas obras que o mercado é a mão invisível. Ele só esqueceu-se de mencionar que o CONSUMO é o pé invisível que nos derruba, e nos faz sentirmos obsoletos e nos dirigimos à primeira loja para consumir, sumir e ir... comprar, comprar e comprar.

Embora vos escrevais a próprio punho (caneta), assim o faço a mais de 30 anos. Mas, passou na televisão um notebook lindo. Na propaganda sugeria que para estar conectado com o mundo e ser um homem bem informado devo comprá-lo. Para que? Para saber notícias da guerra Israel X Hamas, ou ver a sapatada no Bush? Que infelizmente errou! Mas esqueci meu senso crítico e decidi, vou comprar! A loja faz em 36 meses. Não importa se quando terminar de pagá-lo ele será ultrapassado. E valerá menos da metade do que paguei. Importa tê-lo.

Precisamos urgentemente mudar a conduta do consumir para uma cultura de assumir compromisso de construir uma sociedade sustentável e fraterna.

Mas a quem recorrer? O socialismo ruiu. O sistema capitalista está em colapso, vítima da sua própria sagacidade. Penso que, nem tanto céu, nem tanto terra, o que precisamos é do meio termo aristotélico, ou seja, o equilíbrio entre consumir e ser. Devemos buscar a solução em algo que não seja intitulado sistema econômico (capitalista e socialista ou qualquer que denomine sistema econômico). Podemos começar valorizando mais o ser humano e a nossa casa (planeta).

Não pensem que tudo desse artigo é devaneio (risos). Não tenho nada contra jornais, foi apenas um joguete literário.

E se não publicarem? Valeu a pena escrevê-lo! Disso não há menor dúvida.