Campanha Ficha Limpa

Por Márcio Alexandre da Silva

Notícias catastróficas abalaram o país nesses últimos dias. A origem de todo mal vem de Brasília, aliás, a Capital Brasileira poderia ser nomeada “Caixa de Pandora” da nação.

Prossigo com o trecho do memorável Cazuza: “Brasil! Mostra tua cara. Quero ver quem paga. Pra gente ficar assim. Brasil! Qual é o teu negócio? O nome do teu sócio? Confia em mim...” (Brasil).

Como podes perceber, músicas me inspirou nesse artigo. Portanto, citarei trecho de Brasil Corrupção – Unimultiplicidade: “Neste Brasil corrupção. Pontapé bundão. Puto saco de mau cheiro. Do Acre ao Rio de Janeiro. [...] Brasília tem suas estradas Mas eu navego é noutras águas [...]”. (Ana Carolina – Tom Zé).

Parece que a corrupção virou uma modalidade praticada discaradamente sobretudo no meio politico no Brasil.

Esses fatos me causaram indignação por isso vou citar o poema: Só de Sacanagem.

“Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
- Não roubarás!
- Devolva o lápis do coleguinha!
- Esse apontador não é seu, minha filha!
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão: - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba.
E eu vou dizer: - Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau. Dirão: - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal.
E eu direi: - Não admito! Minha esperança é imortal!
E eu repito, ouviram? IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.”

(Composição: Elisa Lucinda).

Vamos juntos mudar o final da nossa história? Ou não?

Parece que o anormal no nosso país é ser honesto. Quando na verdade a honestidade deve ser em toda e qualquer circunstância parte inerente da nossa índole.

É devido a fato como esses de corrupção no meio político que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) promoveram a Campanha Ficha Limpa que visa alterar “Lei Complementar número 64, de 1990, tornando inelegíveis pessoas em débito com a justiça, julgadas em primeira instância, e também parlamentares que renunciam ao cargo para não serem cassados.” (fonte: CNBB)

Por isso, pessoas e políticos de bem deve se empenhar para que essa Lei de cunho popular entre em vigor o mais breve possível – inclusive as câmaras municipais. Devemos pressionar os deputados federais e senadores através de e-mails, carta, ou mobilização popular para que os legisladores nacionais votem favorável a moralização da política.

Essas afirmações e esse movimento popular não é uma apologia errônea de que todos os políticos são desonestos – conheço muitos políticos honestos. Ao contrário, pelo fato de acreditarmos que há mais políticos honestos do que desonesto que se propõe uma medida preventiva e cautelar como a Lei da Ficha Limpa.

Enquanto essa lei não é aprova, haja meia, cueca e outras vestimentas.

Isso é: Extra Cômico!

Proclamação da República

Como chegamos à República? Que antecedentes históricos e políticos levaram o Brasil à proclamação da República Federativa do Brasil?

Analisando as relações sociais, Hoobes e Locke afirmam que as pessoas viviam numa constante insegurança, pois, a sociedade vivia num estado de guerra universal – todos contra todos. Por conta desse estágio “bélico”, os seres humanos fizeram um pacto. Um contrato social que, segundo Rousseau, as pessoas delegavam e nomeavam outra pessoa ou um grupo de pessoas [assembléia] para representá-los, ou seja, defender seus interesses e manter a ordem, salvaguardar suas propriedades e bens pessoais.

O pensador Montesquieu foi um dos inspiradores da política como ciência a ser estudada e analisada – objeto de estudo racional. Para ele [Montesquieu] não há outra lei universal, além da razão. A sociedade se utiliza dessa racionalidade para criar leis para suprir suas necessidades básicas e de seguridade.

Historicamente e com bases em estudos de diversos cientistas com ênfase em política e devido ao processo histórico e políticos, estabeleceram três formas de governos: republicano (poder representado – uma pessoa ou assembléia); monárquico (poder em uma só pessoa); despóticos (poder do tirano normalmente depositado numa única pessoa). Cada um desses três poderes tem um principio ético que lhe é vital. Se para o monarca é a honra; para o despótico é o medo; no modelo republicano a virtude esta nas práticas de honestidade, justiça e hombridade. Os representantes da república deveriam ser escolhidos por suas virtudes, acima elecandas dentre outras.

Também o filósofo francês [Montesquieu] afirma que dentro das formas de estado existem três poderes; o de legislar, executar e julgar. Dentro da República Federativa do Brasil os três poderes têm as seguintes representações: Judiciário, Executivo e Legislativo.

O judiciário – representado por seu órgão máximo: Supremo Tribunal Federal (TSE) é composto por 11 ministros, escolhido diretamente pelo presidente. A suprema corte deve primar pela Constituição Federal, que garante direitos a vida, liberdade e saúde. O Supremo analisa a leis aprovadas pelo Congresso e Presidente. Julga os pedidos de extradições como polêmico caso do italiano Cesare Battisti. A instalação do Supremo se localiza em frente à praça dos Três Poderes.

O executivo – nas três esferas [federal, estaduais e municipais] o chefe executivo é eleito democraticamente e diretamente. O poder executivo – presidente, governadores e prefeitos – gerencia e administra o dinheiro público, emprega-os em recursos para promover o bem estar social e ordem pública. Além disso, o poder executivo pode legislar como proposituras e emendas constitucionais. Também pode vetar projetos votados pela câmara. Também deve preservar a integridade da Constituição e a independência econômica e política do país – a nível nacional no caso do presidente.

O legislativo – esse poder, representa, legisla e fiscaliza o poder executivo. O legislativo no Brasil é composto pelo Congresso Nacional (Senado e Câmara), Assembléias Estaduais, e Câmaras Municipais. O processo legislativo se dá em formulação de projetos de leis, resolução, decreto legislativo, medida provisória e emendas na constituição, lei estadual ou orgânica.

No dia 15 de novembro 1889 o Brasil tornou-se República, extinguindo-se o poder monárquico e suas imposições ao nosso país colonizado e explorado pelos europeus. A República Brasileira historicamente esta dividida em: República Velha. Segunda República: subdividida em segunda, terceira, quarta e quinta República. E a Nova República – que é a que nós vivemos na atualidade.

A palavra República deriva do latim e significa coisas de todos. A república no Brasil é representada como presidencialista. O congresso que formula as leis, mas, o representante majoritário da nação é o Presidente.

A República Presidencialista tem suas lacunas. O poder se restringe a uma pessoa [presidente]. Perde-se com isso a coletividade e diversidade de debates nas decisões a serem tomadas. O problema é que poucos entendem a república e a política como atividade de todos. Mas, conseguiremos um país salutar quando os munícipes exercerem plenamente sua cidadania, indo às câmaras e assembléias, mandando e-mail e fazendo protesto. Pois, se o Brasil não esta melhor, nós eleitores temos nossa parcela de culpa, principalmente quando nos corrompemos e se omitimos

Feliz “Dia Dos Ex-Professores”

Por Márcio Alexandre da Silva

No dia 15 de outubro de 2109, mãe e filha assistiam o programa televisivo matinal que abordava as extinções de algumas profissões. O repórter dizia: – “Dom Pedro I padronizou o ensino nas escolas do Brasil no dia 15 de outubro de 1827. O presidente João Goulart em 1963 institui por meio de decreto, o dia 15 de outubro como ‘dia dos professores’.” Quando o apresentador mencionou a palavra professor a mãe foi surpreendida pela pergunta da filha: - Mãe o que é professor?

A mãe pacientemente começa a explicar que há mais de cem anos as pessoas começaram a desvalorizar a importante colaboração dos professores que ensinavam a ler, despertava para o universo artístico, as viagens literárias, matemática, valores morais, cívicos e cidadão, novas descobertas para a vida. Os governos começaram a desmerecer e desvalorizarem os professores. Alguns pais ou responsáveis de alunos chamavam os professores de vagabundos, às vezes iam às escolas para agredir os professores – física e moralmente. Os alunos eram indiferentes. Ninguém mais queria ser professor devido aos baixos salários e péssimas condições de trabalho. As pessoas não iam mais as escolas, pois, achavam que aquilo tudo era perder tempo. A escola deixava de ser a oficina da vida. Naquela época o mundo entra num colapso educacional. Quem diria todos preocupados com o meio ambiente, crise econômica, sucessão 2010, Rio 2016, Copa no Brasil em 2014, e se esqueceram da força vital da sociedade – educação, conclui a mãe sua breve explicação.

Prossegue a mãe: - Por conta disso, a Organização das Nações Unidas (ONU) convocou todos os presidentes para decidirem o que fazer com a educação. Nos EUA, todos os presidentes se reuniram para discutir essa problemática. O Greenpeace protestava, pois, percebeu que pela educação podiam salvar o planeta. Iniciou-se a plenária. O presidente do Brasil não pode ir, mandou o porta voz. O representante brasileiro diz: - No Brasil não precisamos mais de professores, pois temos as emissoras de TV que ensinam as pessoas sobre ciências, história, filosofia, ecologia, boas maneiras e até cidadania, pondera o brasileiro. Todos aplaudiram... O presidente norte-americano argumenta: - Aqui no nosso país, não precisamos mais dos teachers, pois, nossos filmes criam nas pessoas noção e espírito de patriotismo que precisamos, diz com arrogância o norte-americano. Foi ovacionado por todos. O presidente francês se limitou a exclamar: - já somos educados! Então todos decidiram fechar todas as escolas. Algumas escolas viraram hotéis, restaurantes, casas, bares, igrejas, shoppings, mercados e a até mesmo casa de diversão noturna.

Os governantes pensavam que assim poderia manipular com mais facilidade as pessoas, considera resignada à mãe. Após esse ato os países desenvolvidos tecnologicamente foram regredindo, pois ninguém mais aprendia a ler os difíceis manuais das tecnologias e dominar as novas técnicas. Todos os países foram regredindo culturalmente e humanamente. Não havia mais peças teatrais, composições de músicas ou filmagens cinematográficas, pois ninguém sabia ao menos escrever ou ler as peças para interpretar, as letras e as partituras para cantar as melodias, os scripts para as filmagens de novos filmes. Não houve mais descoberta científica, pois, não conseguiam ler livros de gênios da física, química e grandes filósofos – a intelectualidade extinguiu-se. Não dominando mais técnicas modernas os cultivos voltaram a ser primitivo, como em épocas antigas, com técnicas de plantio rudimentar. Tudo regrediu...

Não se assustem estamos em 2009 e isso não aconteceu. Ainda! Tudo isso é uma ilustração literária, para atentar sobre a importância da educação. Será que chegaremos esse estágio degradante? Do modo que tratam a educação SIM! Não podemos deixar que uma profissão tão antiga e importante seja desvalorizada. A vinte e cinco séculos atrás, não convencionalmente como vemos na atualidade, Sócrates já era professor nas praças e espaços livres, formando seus discípulos entre eles Platão e outros pensadores que fundaram o pensamento da humanidade.

Governantes valorizem os professores e professoras!

Aos nossos queridos amigos professores e professoras os nossos sinceros votos de força e determinação por ideais de uma educação de qualidade e valorização profissional, pois, pela ou através da educação podemos construir uma nação justa e igualitária – princípios educacionais básicos.

Consciência Ética

“O grande desafio da sociedade capitalista e neoliberal é manter o mínimo de sustentabilidade no planeta. É inseparável, no colapso ecológico global que estamos vivendo, o distanciamento na noção cidadã da consciência eco – existencial. A mudança comportamental e cidadã de políticas ambientais são indispensáveis na conservação da nossa grande casa (planeta).”

Márcio Alexandre da Silva – formado em filosofia e educador.


Neoliberalismo e modernização

No século XIX as informações corriam de forma lenta. Imagine que a notícia de que o presidente norte-americano Abraham Lincoln havia sido assassinado demorou aproximadamente 15 dias para chegar ao continente europeu. Isso não é compressível no nosso século – XXI. Já que os atentados de 11 de setembro de 2001, contra as Torres Gêmeas (World Trade Center), o centro econômico dos EUA e do mundo, foi assistida, em tempo real por pessoas do mundo inteiro.

Todos puderam ver, alguns ao vivo, o segundo avião terrorista batendo em umas das torres e posteriormente ambas desabarem. Como se fosse uma filmagem de Spielberg. Essas imagens foram vistas simultaneamente pelo mundo todo, devido o desenvolvimento e a globalização tecnológica. Se no século XIX a informação era lenta, no XXI, por conta do processo de globalização e modernização, ela é rápida, eficaz e manipuladora em algumas situações – o progresso tem seu preço?

Infelizmente tem um aspecto que a globalização não conseguiu globalizar: o combate e a diminuição da pobreza. Por exemplo, todos os países querem ter posse, ou usufruir da floresta amazônica, alegando que ela é o pulmão do mundo e pertence a todos do globo. Por isso, a maioria, principalmente o EUA, que tem uma política ambiental duvidosa, quer desfrutar da globalização e riqueza da floresta e outras fontes de riquezas naturais. Mas, quando se propõe as nações desenvolvidas, inclusive aos EUA o auxílio aos países subdesenvolvidos eles se isentam da responsabilidade.

A partir do governo de Fernando Collor, na década de 90, houve uma abertura para o neoliberalismo no Brasil. Essa corrente neoliberal moderniza e atualiza as ideias liberais, onde o estado tem função mínima na sociedade. Por conta disso houve um processo de privatizações de empresas estatais, Vale do Rio Doce, FEPASA (concessão temporária), no estado de São Paulo o Banco Banespa e Telesp entre outras empresas estatais que foram concedidas a iniciativa privada. Um exemplo próximo da nossa realidade são as concessões das nossas rodovias, a iniciativa privada faz reformas e manutenção das vias – e cobra encargos dos usuários, os indigestos pedágios.

Outro processo da globalização além da privatização é a terceirização. Que reduz os vínculos empregatícios. No Brasil há a terceirização de muitos setores, tanto público, quanto privado. Sendo assim a prestação de serviços eventuais, não criam vínculos trabalhistas entre empregados e empregador. Essa política do terceiro setor gera mais desempregos e pobreza. Essa terceirização chegou às esferas do estado, e nessa os seus efeitos, às vezes não são positivos. Pois os estados e a federação se comprometem o mínimo com a saúde, educação e outras áreas. Só para citarmos dois exemplos na nossa região. Alguns funcionários da rede pública estadual de educação, que auxiliam na organização escolar (auxiliares de limpezas) em algumas escolas são profissionais terceirizados. O governo não precisa efetivar funcionários. Pagando apenas a empresa terceirizada, que ao término de cada ano ou contrato pode demitir ou não esses funcionários sem vínculos de estabilidades entre empregado e empregador. O Hospital Regional de Assis (HRA) é estadual. Mas, qual é a porcentagem de funcionários dessa unidade efetivos pelo estado paulista?

Temos que viver e conviver com o desenvolvimento tecnológico. Mas com o crescimento das técnicas as civilizações não tiveram a maturidade de criar políticas de sustentabilidade. Todas as formas de dominações que vimos e vivemos nos últimos séculos foram de explorações. Não somente de recursos humanos, mas, também naturais. Com a revolução industrial e o crescimento dessa esfera atingiu níveis degradantes de ofensiva a natureza. Essa é a provocação para nós e para as gerações futuras: como se desenvolver sustentavelmente?

A verdade é que precisamos das técnicas? Mas, nos índices crescentes de degradação na nossa Grande Mãe Terra. Se não mudarmos o uso das técnicas a favor de um sustento adequado do planeta. Em breve não teremos esse planeta. Não da forma que conhecemos agora.

Algo precisa ser feito e começar por nós...

Educação? Ou falta dela?

Por Márcio Alexandre da Silva*

Educação: termo atual na nossa sociedade. Existem vários artigos, livros, programas televisivos ou radiofônicos que abordam esse importante assunto. Nesse artigo faremos superficialmente a comparação entre educação grega e a atual.

Um dos males da educação são alguns “gabineteiros”. Nessa classificação se encaixam os teóricos, secretários e secretárias de educação e governantes, que do seu confortável e imponente gabinete, elaboram teorias lindíssima, pena que estas nunca serão posta na prática, haja vista sua inviabilidade de aplicabilidade. Na educação não deveria ter espaço, ou dar-se credibilidade as pessoas que estão lá nas suas salas aconchegantes e que às vezes elaboram teoricamente suas pedagogias e as despejam sobre o sistema de ensino. Saiam das suas saletas luxuosas e enfrente uma sala de aula extremamente lotada, crianças agressivas. Vejam os esforços de centenas de milhares de educadores e educadoras desse imenso Brasil, e não são poucos, que andam kilômetros e mais kilômetros por dia para lecionarem. Outros lecionam embaixo das árvores, quando tens árvores para se abrigarem!

Essa realidade descrita anteriormente é muito próxima da nossa rede pública de ensino. Quero ver os teóricos de “gabinetes” aplicarem nesse contexto descrito anteriormente a “pedagogia do amor”. Ou exigir qualidade de ensino e pagar gratificações a si mesmo com base no rendimento dos alunos, que eles mal conhecem, só pelos números. Ou será que não abortar esses assuntos?

Pior ainda, alguns comentadores da educação são economistas, políticos, governantes e até pessoas do senso comum, que pouco ou nada sabem sobre a belíssima arte de educar. Pois, quem sabe o que é ser um professor uma professora em uma sala extremamente lotada, com crianças com déficits educacionais e até nutricionais são os profissionais da educação que enfrentam os desafios de educar nesse Brasil que pouco ou nada valoriza a educação. Esses professores e professoras, quase sempre, ou nunca são ouvidos. Todas as vezes que aplicam qualquer método de ensino sem ouvir o professor, estão tratando a educação como um médico que prescreve um remédio para um paciente sem conversar com ele para saber quais são os seus sintomas. Esse é o grande erro da educação: não ouvir os educadores.

Embora seja excessivamente debatido nos dias atuais: a educação é um tema milenar. Desde a Grécia antiga. Naquele período, escravos instruídos eram pagos para ensinar crianças ricas a lerem e escreverem – educação básica para a época. Hoje temos também os “educadores escravos”. Os educadores da atualidade são escravos e escravas do seu tempo, normalmente trabalham em mais de uma escola e até duas ou mais cidades. Se prendem as funções, auto-suficiência, ingerência estatal e inúmeras situações que os e as escraviza. No entanto, a pior escravidão da educação são os salários que não libertam ninguém.

No período grego antigo, havia muita exclusão educacional. Pois, os desprovidos de bens, não tinham como adquirir “educadores escravos”. E hoje todos conseguem colocar seus filhos em boas escolas? Ou dar-lhe educação adequada, tais como: cursos de línguas estrangeiras, informáticas, ioga e balé? Todos podem dar educação holística aos filhos e filhas? Não!

Os gregos que não podiam pagar educadores aos seus filhos eram obrigados a colocá-los num ofício. Já que não podiam ser educados, deveriam aprender ao menos uma profissão. Por conta disso muitos iam para oficinas exercitar alguma habilidade específica ainda criança. Analogicamente no Brasil temos muitas crianças que deixam de ir à escola para trabalhar e ajudar na renda familiar é o que chamado de exploração de trabalho infantil, mas comum no Brasil do que imaginamos. Quantos centenários se passaram? E ainda o econômico, o sustento familiar, ainda são primordiais do que o aprendizado.

Infelizmente no Brasil, algumas argumentações e discursos educacionais vazios por parte dos governos, manipulam a grande massa encefálica que acreditam que os órgãos públicos estão investindo como deveriam na educação.

A educação é o que manterá o presente estável e futuro desse país. Não adianta projeta a educação algo a vir. Atitudes devem ser tomadas no presente, para colhermos os frutos posteriormente.

*Márcio Alexandre da Silva é formado em filosofia e educador. E-mail: marciobressane@hotmail.com

Carta aberta aos senadores da república*

Alguns brasileiros, assim como os espartanos, consideram o roubo uma prova de astúcia e, como tal, aceitável, contanto que não sejam flagrados.

É muita conhecida a história de um jovem espartano que sendo surpreendido ao roubar uma raposa, escondeu-a debaixo da túnica, e, para não se denunciar, deixou que o animal lhe devorasse o ventre sem dar a menor demonstração de dor.

Provavelmente a história não é verdadeira, porém exprime perfeitamente certos ideais espartanos. Ideais que alguns brasileiros, parece, teimam em perseguir.

Afinal, sabem que vivemos uma timocracia [1] e não uma democracia. Portanto, fazem coro ao ’tudo por dinheiro’ pois que, com ele, conquistam e mantém o poder. Até o pátrio poder.

Esse tipo de governo, no Brasil, se estabelece com a Constituição Imperial, outorgada pelo Imperador em 1824, que instituiu a eleição vitalícia para o Senado e estabeleceu que para ser eleitor era preciso ter pelo menos 25 anos e 100 mil réis de renda anual. Para ser Deputado, era necessário ter 200 mil réis de renda anual e, para ser Senador, a renda necessária era de 800 mil réis por ano.

Como se vê, os Senadores sempre foram de outro mundo. De outra ordem.

E o Brasil, independente política e juridicamente, continuou dependente econômica e socialmente, e entrou na era do arbítrio e da exceção: D. Pedro destitui a Constituinte e manda o exército invadir o plenário.

O Brasil, após a Independência, mantém-se a única monarquia do continente e o único país da América do Sul cuja economia se baseava no trabalho escravo.

Os nove anos do período regencial desvendam as mazelas da política brasileira – muitas das quais permanecem inalteradas. No Império, a facção mais conservadora da elite brasileira se aproxima do poder. Uma elite favorável a uma maior autonomia, mas não necessariamente à sua independência.

Os senhores Senadores da República, na sua maioria, demonstraram não defender a independência do Senado, no caso ‘Renan’ e no recente caso “Sarney’. Optaram por manter intocados os seus privilégios de elite regressista. Esconderam a raposa, e, para não se denunciar, deixaram que lhes devorasse as vísceras. Pouco se importaram em macular uma instituição como a do Senado da República.

Muitos, tal qual José Bonifácio de Andrada e Silva que defendeu o sufrágio indireto censitário, de base econômica, defendem a sessão secreta, os atos secretos. Tal qual José Bonifácio, o Ministro todo-poderoso que mandou prender, exilar, investigar e molestar inúmeros adversários políticos, intimidam funcionários e acuam outros Senadores.

E uns poucos, pusilânimes, não se posicionam. Preferem a abstenção. Afinal não nos representam, nem ao Estado, apenas defendem seu status quo.

Pelintras, patifes, pulhas... Ainda os há!

Conquistar a emancipação definitiva e real da nação, ampliar o significado dos princípios democráticos, foram tarefas delegadas aos pósteres. Se não nos restar a organização popular restará, ao menos, a desobediência civil.

“A desobediência civil é um direito intrínseco do cidadão. Não ouse renunciar, se não quer deixar de ser homem. A desobediência civil nunca é seguida pela anarquia. Só a desobediência criminal com a força. Reprimir a desobediência civil é tentar encarcerar a consciência” (Ghandi).

* Por Prof. Ms. Carlos Paiva - Professor de Filosofia e História da Educação

Julgamento dos porcos

Extra cômico!

Esse artigo não pretende desmerecer nenhum membro da polícia [no qual tenho profundo respeito] muitos menos algumas autoridades competentes. Esse, apenas aborda de maneira literária um assunto sério e real com relativo humor e crítica.

No interior de algum lugar do país, um agente de investigação mundial, foi convocado para interrogar um porco chefe de uma organização de chiqueiro.

Chegando ao Brasil, Sherlock Gomes da Silva, detetive de renome internacional, inicia o interrogatório com as seguintes perguntas: soube que é você e seu bando criminoso quem transmitem doenças? E prossegue com uma série de acusações... O chefe dos suínos [será que pode citar suíno ou A (H1N1), para não atrapalhar o comércio internacional da carne do porco?]. Bom! Enfim o suíno responde: vós me acusais sem prova, deixe que eu argumente em minha defesa? Posso chamar o meu defensor? O policial concede a autorização.

O defensor chega à sala e vai afirmando: existem seres piores do que os porcos. Bem piores! Exclama.

Quem é pior do que o porco? Pergunta o investigador nervoso.

O defensor responde: Quem é pior do que o porco? Vou lhe mostrar: quantas vezes leste em jornais, internet, revista ou viste na TV, os porcos do EUA matando os do Iraque? Vocês nos acusam de causar muitas doenças e até causamos tenho que admitir – gripes, entre outras. Mas, quantas pessoas morreram e morrem infectadas por doenças [pior do que gripe] nos períodos pós-guerra? A culpa é nossa? Afinal, guerra é o forte dos humanos, ao menos eles pensam. E continua: quantas bombas nucleares porcos norte-americanos jogaram em Hiroshima e Nagassaki? Faça um estudo do período histórico dos porcos: quantos suínos foram mortos por suínos? Entre porcos não há holocausto. Não matamos os outros por não serem da mesma raça que a nossa. E olha que nós temos raça, e os seres humanos tem etnias diferentes. E ainda nós é que somos culpados?

O Investigador meio sem jeito diz: Mas vamos nos ater apenas ao Brasil onde estamos investigando.

O porco de defensor em tom crítico prossegue: No Brasil! E num sorriso irônico insiste nas perguntas: quantas vezes você viu porcos armados matando outros porcos? Só pelo prazer de matar ou para lhe roubar algo? Nós animais, tido por vocês humanos como irracionais só matamos para nos alimentar, e o porco nem tem esse perfil carnívoro. Porcos não roubam, não fraudam e não mentem e nem nomeia familiares e amigos para trabalhar no senado... humanos sim. E outras argumentações que deixou o acusador perplexo ao ponto de concluir.

Quem será que deveria ser condenado: Os porcos? Ou os seres humanos? Os homens causam a guerra, violência, desigualdade e medo e, depois sorrateiramente quer colocar a culpa nos outros. Em quem colocaremos a culpa na alteração climática e ecológica? Será que dessa vez a condenada será a MÃE TERRA?

Enquanto isso extra cômico e trágico, pois vemos a triste notícia de mais de 27 vítimas fatais do vírus da gripe A (H1N1).

Cadê a nossa ética?

Márcio Alexandre da Silva – formado em filosofia e educador.
marciobressane@hotmail.com

Amigos e amigas

* POR MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA

Dia 20 de julho é dia dos amigos e da amizade. Na verdade todos os dias devemos cultivar belíssimas relações com nossos amigos e amigas. Vejamos o que nos orienta Platão “A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro.”.

O poeta Mário Quintana afirma haver duas espécies de chatos “os chatos propriamente ditos e... os amigos, que são nossos chatos prediletos”, ligam fora de hora; manda um: “Preciso falar com você! Me liga”, justamente quando estamos sem créditos; não atendem ao telefone quando mais precisamos e; graças a Deus nos ligam de madrugada quando o sono esta mais gostoso. (risos). Isso não é reclamação, mas, um muito obrigado a todos os meus amigos [quando escrevo amigos sintam-se incluídas as amigas, obviamente].

Sugiro que num momento oportuno, ouçam a música de Oswaldo Montenegro – A lista. Nessa o artista interroga: “Faça uma lista de grandes amigos. Quem você mais via a dez anos atrás? Quanto você ainda vê todo dia? Quantos você já não encontra mais?” essa música tem uma imensa profundidade existencial. Levando-nos a refletir e concluir que devemos preservar os amigos do presente. Sem esquecer dos amigos de outrora. Cadê aquele amigo de escola, ou trabalho, do bairro? Porque você não liga para ele ou ela, manda uma carta, e-mail, torpedo... Deixe de ser relapso, termine de ler esse jornal e vá se comunicar com seus velhos amigos. Nunca se esquecendo dos atuais é claro!


Penso que a música “Oração por meus amigos” é um hino de agradecimento a todos os amigos! A amizade é uma força estranha, quase inexplicável, ou inexplicável mesmo. Já notou que quando os bons amigos se afastam, essa distância nos dá uma melancolia gostosa, até boba, isso nos orienta para que: “Saibamos deixar um no outro. Uma saudade que faz bem.” Ironicamente é como afirmou Renato Russo “É estar-se preso por vontade” (Monte Castelo). Ainda na música do Padre Zezinho, encontramos a essência das amizades, pois, sonhamos, brincamos e brigamos juntos, nos zangamos e nos perdoamos, é a mesma comunhão de ideais expressa na melodia: “Gente que sonha junto, gente que brinca e briga. Se zanga e perdoa.” Embora os percalços de toda relação, como verdadeiros amigos conseguimos transcender as dificuldades e compreender que a amizade é “Um sentimento forte mais forte que a morte. Nos faz ser amigo no riso e na dor”, esse é o dinamismo de toda amizade – superar dificuldades e partilhar alegrias.

Analogicamente considero a vida um mar imenso; às vezes impetuoso, ora calmo, com chuvas, sol, vendavais, brisa e relâmpagos. No entanto, nesse grande mar da vida temos pessoas que são ilhas seguras e portos seguros – que são os nossos amigos. Esses portos-amigos nos dão alento, carinho, atenção e muita força para encarar as dificuldades cotidianas e partilhar das nossas alegrias.

No mundo pós-moderno deve cultivar boas relações, como antídoto ao individualismo doentio e massificador.

Findo essa citando Aristóteles “A amizade é uma alma com dois corpos.”.

Não posso deixar de agradecer meus amigos da Editora Escola, os que acompanham o blog com os comentários e meus amigos pessoais Diego e Rafael e amigas Liziane, Amanda, Silmara, Rosângela, Roseli (Namorada e Amiga).

* Formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP. Contato: marciobressane@hotmail.com

Crise no Senado?

* POR MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA

Para alguns o Senado é a “Casa dos Pais da Pátria”. Aristóteles diz que “Os legisladores tornam bons cidadãos por meio de hábitos que lhe incutem. Esse é o propósito de todo legislador, e quem não logram tão desiderato falha no desempenho de sua missão”, aponta isso na obra Política.

O senado federal sempre gozou de boa reputação. E tem ótimos políticos. Mas, no início do milênio observamos o senado fragmentado – em crise. Prova disso é que ao menos três presidentes daquela casa legislativa foram derrubados por denuncias e escândalos.

O senador baiano Antônio Carlos Magalhães (ACM – memória; não sei se saudosa), caiu por quebra de decoro parlamentar. O paraense Jader Barbalho teve um fim trágico como presidente do senado, precisou se licenciar para não ser cassado. O caso de maior repercussão é o do alagoano Renan Calheiros, pesou sobre ele a acusação de loby, compras e vendas de gados e o desastroso relacionamento com a jornalista Mônica Veloso. Mesmo com essas acusações Calheiros foi absolvido por seus colegas apenas se afastando da presidência do senado.

Embora esses sejam escândalos que façam parte de um passado recente do senado federal, no momento tem pesado sobre o presidente do Senado [Sarney] acusações sérias de empregar familiares no senado, receber indevidamente auxílio moradia e outros desmandos.

Esses fatos verídicos ou não dividiu a opinião popular e política do país. Num primeiro momento o PT decide pelo afastamento do Sarney. Depois o Presidente da República anunciou que senadores petistas deveriam sustentar a aliança com o PMDB – partido de Sarney. Já a oposição afirma “Não temos mais presidente do Senado” disse Sérgio Guerra líder do PSDB (Estadão – 30/ 06/ 09). Em conversa particular com Lula, Sarney afirma que não renunciará e nem pedirá licença do cargo e afirmou que “A crise do Senado, não é minha” e que tentava corrigir erros de gestões anteriores. (Editorial Época – 16/ 06/ 2009), e esse cenário novelístico ainda se segue no Senado sem desfecho.

Lembrei-me quando morava no sítio presenciei várias vacas afundando em brejos, lamaçais ou rios. Às vezes os empregados do sítio ficavam a noite inteira tentando retirá-la – e nós meninos ficávamos bisbilhotando e ajudando no possível. Quando conseguiam tirar o animal com vida, era uma grande festa [parecia gol do Brasil em copa do Mundo]. E todos nós sabíamos que ela precisaria de cuidados especiais, por que devido ao longo tempo no frio e brejo seus membros atrofiavam. Então, precisava ser limpa, aquecida e tratada com carinho – e isso fazíamos. Mas nem sempre conseguíamos retirar o mamífero da lama. E um dado interessante me marcou, pois, quando o animal estava preste a morrer, à vaca ia cada vez mais para o meio do brejo. Daí com certeza a expressão “a vaca foi para o brejo”. O que isso tem haver com o senado? Analogicamente o senado também esta no meio do brejo, lamaçal e sujeira. O paralelo é válido; tanto pelas enormes “tetas” sugadas por políticos corruptos. Quanto pelo lama e podridão. O senado esta a cada dia mais atrofiado, refém da burocracia e ineficiência. Mas, ainda há tempo de tirá-lo dessa lama. E quando isso acontecer é preciso limpar o senado, fazer uma varredura, ética, política e moral – e que isso ocorra logo! Antes que ele [Senado] vá cada vez mais para o brejo e afunde ou desfaleça.

Tudo isso acontecendo, lembro-me da piada em que a professora de filosofia pergunta a sala: quem é o autor grego dessa célebre frase “sei que nada sei” o aluno lá do fundo responde: não vai me dizer que Sarney e alguns políticos de Brasília são gregos!

Cômico e trágico. Mas, mesmo assim não devemos nunca desacreditar dos políticos e da política.

* Formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP. Contato: marciobressane@hotmail.com

Educação

Por Márcio Alexandre da Silva *

Educação: assunto discutido desde da antiguidade até nossos dias. Isso demonstra a importância desse debate.

Agostinho (354 – 430 d. C) com seu modo peculiar de escrever nos induz a concluir que
suas bases educacionais advêm de Platão (427 – 347 a. C). O escritor transmite seus conteúdos filosóficos e doutrinários através de escritos. O livro Confissões marca uma nova etapa na história do autobiógrafo que acena para concepção da razão humana do ponto de vista tanto psicológico quanto filosófico.

Após breve introdução sobre o pensador usaremos as obras Doutrina Crista e O Mestre, para fundamentar sua tese educacional. Segundo o pensador “o professor não é protagonista do processo educativo sozinho; o aprender depende muito do interesse do aluno”. Nessas bibliografias ele afirma que “O professor apenas direciona o caminho a seguir e o aluno segue o caminho indicado pelo educador”.

Nesse ponto deparamos com um sério problema educacional: tratado por Agostinho nos séculos quarto e quinto, mas, atual aos nossos dias. O aluno é protagonista do seu conhecimento. Mas, vemos na atualidade algumas afirmações subentendidas e outras claras de que: se o aluno vai mal no SARESP, a culpa é de quem? Do professor? O aluno não recupera a defasagem de aprendizagem; de quem é a culpa? Do professor? O aluno briga na escola; quem é culpado? O professor que não educa? [A função do professor é educar?] O aluno não participa; culpa de quem? Do professor que não o motiva? E por aí vamos com exemplos infindáveis...

Não se trata de acharmos culpados. Mas a solução começaria quando todos, sem exceção, alunos, professores, estado, família, comunidade e outros seguimentos da sociedade assumissem a sua parcela de responsabilidade nesse frágil processo educacional. Não adianta ideias pioneiras de colocar professor recém aprovados para fazer cursos. Manifesto meus apoios a essa iniciativa, desde que os políticos [principalmente os favoráveis a essa prática], aprovem o projeto de lei que torne obrigatório que políticos eleitos antes de exercer cargo público passem por uma escola. [Não é justo?] Lá eles iam aprender como administrar, gerenciar o dinheiro público, teriam noções de ética e honestidade, que legal! Esse estágio serviria principalmente para alguns aprenderem que exercer cargo político não função vitalícia.
Os políticos são funcionários públicos temporários. Ah! Se pelo menos isso ficasse claro para alguns políticos. Já seria de grande valia esse cursinho – para formar políticos.
Mas lá no fundo do meu intelecto, a minha consciência sussurra... psiu, cale a boca, fique quieto, não pode reclamar do governo! Aí meu lado crítico não se suporta e exclama: calar-se! Por quê? A ditadura não terminou em 1985? Ou não podemos expressar as nossas ideias e pensamentos?

Findo deixando dois aspectos que auxiliará a melhora da educação: o primeiro é estrutural: mudar o espaço físico das escolas e salas de aulas, ambientá-las, mudar a disposição das cadeiras, essas são extremamente desconfortáveis; penso que, lousa e giz será objetos obsoletos em breve.. enfim investir mais em infra-estrutura. O segundo é o investimento no material humano: melhores salários, professores mais satisfeitos; plano de carreira; entre outras medidas mudará esse triste contexto.

Não estou isentando os professores e as professoras da sua parcela de responsabilidade. Mas, pô-los como únicos culpados, como alguns querem ou fazem é uma tremenda injustiça que só corrobora para piorar ainda mais o quadro educativo, municipal, estadual e nacional.

* Formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP. Contato: marciobressane@hotmail.com

Paz e Atitude

Esclareço que não sou desfavorável a conselhos, simpósios, passeatas e debates contra a violência e a favor da paz. Mas, esses acontecimentos abordam apenas parte da problemática. A violência é o efeito de alguma causa que deve ser tratada com ações. A Paz se faz com atitude!

Na filosofia existe a lei de causalidade (causa e efeito). Espinoza (1632 – 1677) acena que se enfrentamos com seriedade o problema, compreenderemos com ele foi produzido, ou seja, qual a gênese da problemática (buscar a causa da violência)? O filósofo alemão Leibniz (1646 – 1716) disse que nada existe que não tenha uma causa, confirmando a tese de que a violência tem a sua causa... Qual ou quais?

Os antigos (gregos e romanos) e os medievais definiram a causa em quatro (material, formal, eficiente e final). Os modernos priorizaram duas: eficiente – ligação direta entre causa e efeito. A origem da violência esta intimamente ligada com os seus efeitos: e causa final – seres livres agem para uma finalidade. Qual o objetivo de conhecer as causas das violências? Senão apresentar soluções de paz.

Quais são as causas da violência? Seria a deseducação geral, desestruturadas familiar, sociedade apática e estado indiferente. Cada um definirá como queira.

Os efeitos são os reflexos da violência que percebemos cotidianamente, desde falta de educação de uma atendente de loja [...] ao crime hediondo.

Como agir contra a violência e a favor da paz? As ações devem ser simples.

Precisamos mudar a mentalidade a apregoar a cultura da paz. Não há fórmulas mágicas para Paz. Comece por você: trate melhor seu empregado, patrão, cliente; respeite as leis de trânsitos. Comece por você e não a cobrar atitude dos outros. Seja educado! E eduque ou reeduque seus filhos ou as crianças que você conhece – essa regra vale para todos. Não precisa dar as pessoas um tratado sobre ética de Aristóteles ou moral de Kant, não, não é isso! É necessário ensinar coisas simples – sobretudo a crianças. Ensinar a pedir, por favor, com licença, obrigado, desculpas e muitas outras palavras que abrem relações harmônicas e sadias. Concordo com o filósofo Pitágoras “Eduque as crianças e não precisará punir os homens”.

Nas escolas infelizmente, linguajar tais como: “Vai tomar naquele lugar”, tornou-se artigo de luxo, “Sua mãe é uma arrombada” é uma oração diária. Além de outras agressões verbais e físicas. Confesso que em todo o meu período de magistério nunca ouvi ou vi nenhuma professora ou professor ter semelhante comportamento ou usar esses verbetes. Esse comportamento vem de casa ou pior da rua! Mas, a questão não é achar culpados e sim soluções!

O que fazer com os problemas de violência que temos na sociedade? Esperar as crianças educadas crescerem!? Aqui esta o nó, que embaraça as relações sociais. Segundo Foucault: “Nós não somos frutos de teorias, somos frutos de práticas sociais adquiridas culturalmente”. A violência é gerada no meio da sociedade, que por sua vez não consegue administrar suas próprias mazelas e exclui as pessoas. Deve haver comprometimento de todos (governo e sociedade), para implantações de políticas públicas, projetos sociais e educacionais. E qualquer atitude que resgate a dignidade e cidadania, momentaneamente são as melhores soluções.

A melodia “Nós queremos paz”, diz: “Peço agora, paz! Esse grito eu não vou calar como não calo uma oração. Paz! Nós queremos paz! Quem deseja faz acontecer não fica esperando em vão”. (Compositores - Joana, Marcos Neto, Ronaldo Monteiro de Souza).

Findo esse citando parte da belíssima música interpretada por Joana e mencionada acima: “Eu não quero só sobreviver. Quero a plenitude do viver.”

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

Amor x Sexo

O maior erro que alguns meios de comunicações cometem, sobretudo os de repercussão nacional, é a comum confusão entre sexo e amor. Esse caos mental é propagado propositalmente para confundir as pessoas, especificamente os jovens e adolescentes – quase sempre explorados por interesses egoístas numa sociedade hedonista. O equívoco de muitos é a aceitação da ideia vendida de que sexo é amor. Sem dúvida o sexo é parte vital do ser humano, mas não é tudo como muitos pensam... ou querem demonstrar e impor.

Sexo e amor são distintos: o primeiro [sexo] é algo carnal, instintivo, libidinoso que pode e deve ser feito com amor, mas não esgota a essência do amor. O segundo [amor] é algo metafísico, transcende o mundo físico, é uma estética que ultrapassa a razão humana; algo considerado por alguns como divino – para os cristãos “Deus é amor” (1 Jo 4, 8).

O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844 –1900) orienta que antes de duas pessoas se casarem deveriam interrogar-se: teremos prazer em conversar por toda a nossa vida, até que a morte nos separe! Sim ou não? Se sim, convém casar-se. Se não, evite o casamento, ao menos com essa pessoa, pondera o pensador alemão. A afirmação anterior ganha peso pelo fato do sexo ser efêmero. No futuro restará apenas à conversa e a amizade. O sexo é importante, mas, casar-se somente pela atração sexual é pouco [...] é um reducionismo brutal da belíssima sexualidade humana. Embora Nietzsche tenha afirmado que o cristianismo deu veneno ao Eros, não o matou, mas tornou esse [Eros] um vício na mentalidade cristã. Considero a ressalva nietzschiana importante, no entanto, pondero que a Igreja ou a Religião com sua sabedoria doutrinal e histórica, não tornaria amarga, uma das coisas belíssima da natureza humana [sexualidade], se não fosse por prudência e preocupação com o ser humano.

O escritor mineiro Rubem Alves (1933) diz que o diálogo deve ser o fio condutor dos relacionamentos – principalmente entre casais O educador defende dois tipos de conversa: a tênis; em que o propósito é tirar o outro da jogada. Essa deveria ser evitada em todas as relações. E a frescobol; que a finalidade ou intenção é manter o outro no jogo, quanto maior a afinidade, melhor o desempenho. Nos relacionamentos devemos sempre primar pelas conversas frescobol, elevando sempre a auto-estima da pessoa que estamos relacionando ou conversando.

Pensemos nos nossos relacionamentos? Estamos tendo conversas que ajudam as pessoas a elevarem sua auto-estima? E quem busca o matrimônio, esta disposto a conversar com essa pessoa pelo resto de suas vidas? Usamos de forma equilibrada, comedida e ponderada nossa sexualidade?

Algumas pessoas usam sua genitalidade desmedidamente e acabam usando outras pessoas como objetos e não como seres humanos! Essa atitude é antiética e imoral, antes de qualquer preceito religioso ou doutrinal...

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

Política

Como trabalhar o tema política em sala de aula? Difícil? Porém não é impossível!

O pensador político Aristóteles, nascido em Estagira em (384 a.C. - 322 a.C.) empirista; doutrina que atribui à experiência como origem dos conhecimentos – também os políticos. É pela experiência que o ser humano tornar-se “ser político”. Ele refuta o mundo das ideias, defendidas por Platão – teoria da dualidade dos dois mundos (sensíveis e inteligíveis). Aristóteles não concorda com seu mestre Platão de que o mundo sensível é a degradação do mundo inteligível. A política para Aristóteles é aplicável na realidade concreta. Para o pensador toda cidade é a comunidade que busca o bem de todos. A necessidade natural, fez com que eles se reunissem em cidades, tornando-se assim “A primeira comunidade de várias famílias para satisfação de algo, mas que as simples necessidades diárias constituem um povoado” a cidade é uma experiência, um caminho traçado para a auto-suficiência.

Ele distingue duas formas de ciências: teoria e pratica, sendo a primeira [teoria] metafísica e matemática e segunda [prática] ética e política que estamos aprofundando nesse artigo. As ciências práticas referem à atividade política. Se a ética define o que é o bem. A política é os esforços para que o bem seja efetivado. Pois, o homem é um animal político (zoon politikon).

Aprofundaremos dois aspectos da teoria aristotélica, assim ficando: a necessidades das cidades e o ser humano como animal político:

Primeiro: as cidades trouxeram vantagens para a sociedade, mas, com elas [cidades] vimos descaradamente à segregação entre classes, a crescente desigualdade social que culmina e trágicos aumentos de violências e indiferença. Embora não devemos confundir a proposta da cidade grega com as cidades modernas. Mas devemos com essas provocações refletir, como estão as nossas cidades? São habitáveis? Os políticos visam o bem de nossas cidades?

Segundo: como afirmar que o homem é um animal político se poucas pessoas se interessam pela política? Pelo simples fato de que todo ser humano é dotado de racionalidade.

Como o objetivo da política é buscar o bem de todos. Como esse bem pode ser alcançado se senadores recebem benefícios que não eram direitos deles (auxílio moradia) e depois diz que não sabia e que devolverá o montante – e se isso não fosse descoberto? E muito outros abusos de políticos... A resolução dessa problemática esta na associação que muitos fazem, ligando a política única e exclusivamente aos políticos. Esses [políticos] fazem parte da política, mas não é essencial. O primordial é nossa consciência política em cobrarmos infra-estrutura, saúde, educação e outros benefícios.
Você exercita sua consciência política? Efetivando melhoras na sua escola, bairro e sociedade?

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

Amizade

Desculpe a ousadia literária e filosófica, mas considero o livro de Antoine de Saint-Exupéry “O Pequeno Príncipe”, um tratado literal sobre a amizade. Esse tema filosófico [amizade] define o ser filósofo e a filosofia: amigo do saber ou amizade pela sabedoria.

Essa obra, narra à história de um aviador que cai no deserto do Sahara e conhece um Pequeno Príncipe de um minúsculo Planeta. À parte do diálogo com a raposa, é a síntese desse tratado sobre amizade. A raposa aparece num lindo jardim florido. O menino a convida para brincar. A raposa exclama: “não posso brincar contigo, pois ainda não me cativou!” E prossegue: “ser cativado é ser único um para o outro...”, diz a raposa.

Num determinado momento da trama eles se despedem: O príncipe disse: “Você quis que eu a cativasse, agora estou indo embora e você esta chateadas?! Não acha que foi perda de tempo?”. “Não!” Diz a raposa: “você me fez sentir muito importante”. Alguns amigos e amigas nos cativam depois partem. O menino príncipe diz em tom de responsabilidade: “estranho, mas, depois de tudo isso, agora me sinto responsável por você”. Isso é natural que aconteça enfatiza a raposa, “Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas”. Eles encerram o momento com a raposa trazendo-lhe um presente, um segredo num papel escrito “Só se vê com clareza com o coração.

O essencial é invisível para os olhos”. Esse é o fio de ouro que deve perpassar todas as amizades, precisamos conhecer com o coração, ou seja, o interior das pessoas, pois o exterior é muito manipulável, fácil de camuflar, retocar, mas o íntimo é identidade secreta de cada ser humano, decifrável pelos apenas pelos amigos e amigas.

Na verdade essa obra é um grito ecoando que o ser humano não tem tempo para conhecer os outros e ter amigos. Sempre empenhado nos seus afazeres. Nós encontramos tudo pronto, compramos desde feijão cozido... a trabalho pela internet, mas como diz Saint-Exupéry. “Como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos”, e conseqüentemente boas amizades, pois para ser e ter um grande amigo é preciso cativar e, CATIVAR É AMAR. Sabe por que é difícil exercitar a arte do amor? Porque nos tornamos totalmente responsáveis por aqueles e aquelas que cativamos.

Sugiro que leia a obra “O Pequeno Príncipe” ou ao menos assistiam ao filme. Precisamos resgatar e valorizar as sinceras e profundas amizades. Por que “Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas”.

Discussão filosófica:
Como estamos valorizando nossa amizade pelo saber e sabedoria?
Como consideramos nossos amigos e amigas? Cultivamos bons relacionamentos?

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

A importância da consciência negra e das cotas

No mundo em que vivemos, podemos afirmar que os negros são constantemente discriminados, excluídos.

Embora a afirmação anterior de exclusão dos negros, percebemos que algumas coisas esta mudando. Os negros já estão em maior número nas faculdades (embora ainda não seja o desejável). Com o ingresso na faculdade diminui a distância entre negros e brancos na questão profissional, ainda muito distante do ideal.

Mas o fato de os negros ingressarem na faculdade pela questão da cota, não podemos desconsiderar os constrangimentos que as pessoas precisam se submeter para provarem que são negras. Isso gera mais discriminação e preconceito?

Embora todos os prós e contras sou extremante favorável a cotas para o negros, pois temos com eles uma dívida histórica. Desde que esse processo não gere mais preconceitos e constrangimentos a eles.

Embora os dados demonstrem que a discriminação reduziu o que você pensa desse fragmento a seguir:

“Dudu Nobre e a mulher, Adriana Bombom, registraram queixa por racismo, injúria e tentativa de agressão por dois comissários da American Airlines na volta de Nova York. Dudu disse que um deles imitou macaco. A Polícia Federal indiciou comissários.” (São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008 – Folha on-line).

Alguns questionamentos podem ser feitos, tais como: Você se considera afro-descendente? Se afro-descendente, você tem vergonha de assumir a sua negritude? Por quê? Já sofreu algum tipo de preconceito por causa da sua cor? Cite pelo menos três se já sofreu. Como se comportou? O que achas da cota para negros nas universidades? O que você diria a uma pessoa racista?

Esse fragmento foi baseado nos Cadernos de Exercícios (n. 22) da Revista Filosofia Ciência & Vida da Editora Escala.

Outras informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico: filosofia@escala.com.br. Ou pelo site: http://www.escala.com.br.

Tanto esse Blog, quanto os Cadernos de Exercícios, servem de apoio para os professores em sala de aula ou outros ambientes acadêmicos, sobretudo no Ensino Médio.
Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

TEMPO...

“Lá fora faz um tempo confortável
A vigilância cuida do normal
Os automóveis ouvem a notícia
Os homens a publicam no jornal
E correm através da madrugada
A única velhice que chegou
Demoram-se na beira da estrada
E passam a contar o que sobrou.”

(Trecho da musica Vida de Gado)

Leva-se tempo, mas com o tempo percebemos, primeiro que nunca temos tempo e segundo o tempo sempre nos faltará.

Percebi que nunca temos tempo para visitar um amigo, ou ouvir uma música. Mas um dia esse tempo acabará mesmo, daí não visitaremos mais amigos nem ouviremos músicas preferidas, pois terá findado o nosso tempo. Por que nunca temos tempo? Não temos tempo de ter tempo...

Com o tempo percebemos duas novidades:

A primeira é que estão trocando especialistas da saúde, pelo doutor google.
A segunda é que um bom programa, às vezes pode ser dormir.

Não podemos esquecer que mesmo descobrindo coisas novas, esquecemos coisas velhas e, as redescobrindo e percebemos que descobrimos novamente. Ironia? Não! Dialética hegeliana.

É preciso reaprender a descobrir e perceber que com o tempo somos chamados a ter atitudes simples, mas que pode nos provocar grandes mudanças de comportamento, tais como:

Primeiro: ficar na praça contemplando a beleza da natureza e da vida.
Segundo: olhar mais pela janela, antes de tomarmos alguma decisão séria.
Terceiro: perceber que o Galvão Bueno não é o único locutor esportivo no mundo.
Quarto: que as novelas globais são a maior mentira contada pela TV aberta, e pior ainda, paga com nosso dinheiro, vindo dos lucros com as propagandas.

Esses olhares para vida, não precisa necessariamente ser nessa ordem.

É preciso reaprender a descobrir que:

Para ser rei no Brasil, não precisa ter súdito ou território, basta ser patrocinado pela mídia que você será o rei do futebol como Pelé, o rei da música como Roberto Carlos e maior aberração monárquica a Rainha dos baixinhos, Xuxa.

Embora sabemos e percebemos tudo isso, o que fazemos para mudar essa realidade?

“Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz”

(Refrão da música Vida de Gado)

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

Um bem precioso

Costumo dizer que: “A minha maior riqueza é o meu conhecimento, por isso sou muito pobre”. Por que sempre devo estar buscando conhecer.

Vivemos numa sociedade extremamente consumista, e até os mais conscientes e informados sabem da influência da mídia sobre nossa vontade psicológica de comprar. É um carro novo que me fará mais feliz, um aparelho que me tornará mais globalizado, ou uma roupa que abrirá um círculo de relações que eu jamais poderia alcançar. O marketing psicológico das empresas sabe bem o que nós consumidores precisamos.

Hoje não se investe num bem maior. Bem esse que não há ladrão, ou pessoa que consiga roubar. Penso que a nossa maior riqueza, é o nosso CONHECIMENTO e o SABER.

A maior alusão a esses dois temas correlacionados, encontramos no mito da caverna de Platão, alegoricamente ele diz: havia seres acorrentados dentro de uma caverna e entre a saída incline havia uma fogueira, fazendo com que eles vissem apenas as sombras das coisas, um dia um deles se libertou, e contemplou a luz da verdade, e descobriu que eles viam aspectos da realidade; e tentando libertar os outros, e acabou sendo morto.

Só conhecemos a realidade e a verdade por meio da luz do “conhecimento” e do “saber”. É o processo platônico de saída da caverna da nossa ignorância para sabedoria, do senso comum para o crítico, do pensamento de massa para a autonomia do pensar. Enfim, sabedoria e o saber são bens guardados no mais íntimo do nosso consciente. A sabedoria se encontra no cofre secreto do nosso interior.

Ser sábio, não é saber levar vantagem em tudo, mas aprender a perder. Nós, seres humanos, não estamos preparados nem educados para perder; e perder é ceder, e ceder na maioria das vezes é rebaixar-se; e rebaixar-se nunca é visto como um gesto de humildade, mas como derrota.

Ser sábio é saber ser humilde nos momentos oportunos, e saber reivindicar nossos direitos quando necessário. O conhecimento causa comportamentos estranhos nas pessoas. Algumas preferem demonstrar a todos o que sabem, tornando-se às vezes soberbos. Outros não admitem não ter o tão precioso bem, se tornado humilde (Sei que nada sei – Sócrates). Confesso que admiro o segundo, embora às vezes me comporte como o primeiro. Reafirmo que esse bem é considerado num plano cultural, existencial e antropológico. Pois num plano espiritual o nosso maior bem é o “transcendente filosófico”.

O nosso CONHECIMENTO e SABER são riquezas que levaremos conosco até a nossa morte, os meus bens físicos, que são poucos, não levarei comigo. Mas o que eu aprendi ninguém poderá tirar de mim. Por isso findo reafirmando: “A minha maior riqueza é o meu conhecimento, por isso sou muito pobre, pois tenho muito a conhecer”.

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo)

Filosofia na Escola

Provavelmente você já ouviu ou leu a genial frase “sei que nada sei”. O que será que a afirmação [sei que nada sei] tem a ver com o nosso cotidiano?

Começaremos explicando sua autoria. Escritos antigos e gregos fundamentam que a frase citada acima foi elaborada pelo patrono da filosofia [Sócrates]. Viveu na Grécia antiga tendo um testemunho de vida exemplar. Mas, como uma pessoa pode ser um sábio se afirma que nada sabe? Esse princípio de humildade “nada sei”, faz com que, o ser humano, na sua ânsia existencial, busque novas formas de conhecimentos e saberes.

Não podemos esquecer que Sócrates era dono de um método reflexivo chamado de maiêutica, ciência essa que fazia com que as pessoas gerassem as suas próprias idéias. Levando as pessoas as questionarem o porquê pensar daquela maneira e não de outra

Outra célebre frase socrática era “conheça a si mesmo”. Por que conhecer-se? Contextualizando melhor, constatamos que no período anterior a Sócrates, os pensadores filosóficos tinham a preocupação sobre as questões da origem, formação composição e organização do cosmo (período cosmológico). Sócrates é pioneiro de uma nova etapa, que os historiadores intitulam como fase humanística ou socrática. O principal expoente desse período era o próprio Sócrates, que incentivava as pessoas a refletirem sobre si mesmo, seu interior e a se conhecerem. Nessa etapa da Filosofia, o ser humano passa a ser o centro do universo. Outrora era cosmo-centrismo (O universo no centro), mas, com os socráticos, aflorou-se o antropocentrismo (O homem no centro), por isso, “conheça a si mesmo”.

Depois dessa breve explanação, discutimos: Qual a primeira intenção da Filosofia na escola? Penso que ela [Filosofia] deve levar os alunos e alunas conhecerem melhor a si mesmos, sociedade e mundo que os cerca. Despertando autonomia do pensar, agir e se comportar. Apropriando do seu ser mais íntimo o educando e educanda são chamados efetivamente para serem geradores das suas próprias idéias e transformadores da realidade. A finalidade da Filosofia na escola é mais do que ensinar pensamentos, que também é importante, mas a Filosofia deve despertar o aluno a pensar sistematicamente e criticamente.

O filósofo Kant dizia “Não se ensina filosofia. Se ensina a filosofar”. Essa é a principal função da Filosofia no ensino médio, ensinar os estudantes a pensar critica, sistemática e filosoficamente.

Todos nós devemos ter um novo olhar sobre a Filosofia (sobretudo os educadores de outras áreas). Ela não pode ser vendida com disciplina ou ciência de pessoas que ficam divagando sem ter ocupações, nem como salvadoras da educação e da humanidade. Mas deve ter o seu merecido respeito.

Deixe a sua opinião sobre: qual a importância da Filosofia no Ensino Médio e nas nossas vidas? Pois a filosofia deve começar na escola e se entender a vida!


Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP). Contato: marciobressane@hotmail.com

Política: Comédia Ou Tragédia

Às vezes (quase sempre) não consigo perceber qual o limite que separa o cômico do sério na política. Onde esta o fio divisor da comédia e da tragédia no universo político? Alguém sabe? Pois eu sinceramente afirmo não saber.

Não entendo como e porque algumas pessoas não gostam de política. Parei de assistir programas humorísticos e ler revistinhas de piadas e assuntos policiais. Agora só leio e ouço notícias sobre política. É mais hilário e trágico.

A definição do termo política no grego antigo é πολιτεία (politeía), atitudes relativas à pólis, ou seja, tudo que é feito em favor das cidades, ou de interesse geral. Aristoteles afirma que politica “visa o bem comum, objetivo que deve ser bucado por todos” (o bem comum).

Tenho uma definição mais humorada e séria do que são alguns políticos: penso que certos políticos, são pessoas cômicas que cuidam de assunto sério Gostem ou não dessa definição foi a que elaborei para definir determinados políticos.

As comicidades políticas acontecem em todas as esferas, municipal, estadual e federal. Certa vez numa casa legislativa de uma cidade aqui da minha região (Vale do Paranapanema – interior do estado de São Paulo), estava em discussão o crescimento da criminalidade na nossa micro-região. Determinada pessoa que exerce a função legisladora (que preservarei o nome) pede a palavra para citar como Londres conseguiu combater os crimes. Com todo respeito aos Policias Militares, que na sua maioria são honestos nas suas funções, mas, comparar o aparato militar da polícia paulista, com a polícia londrina. Só pode ser piada, ou não? Ela falava sério?

Agora um ato cômico aconteceu recentemente, que isso fundamenta a minha tese que: “Alguns políticos são pessoas cômicas que cuidam de assunto sério”. Exemplo disso é que, a pouco, nosso excelentíssimo presidente da República viajou aos Estados Unidos com uma comitiva expressiva, entre eles a Ministra da Casa Civil Dilma (Predileta de Lula a sua sucessão presidencial), o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil (O que ele fazia na comitiva? Não se sabe).

Chegando lá, o nosso representante maior foi ter uma palavra com Obama. Lula disse que o presidente norte-americano estava com um “pepino” para resolver. Isso não é uma piada? Para falar essa besteira, por que não ligou! Gastaria menos. Isso é cômico e trágico. Com certeza mais trágico porque se gastou dinheiro público para essa viagem.

Para encerrar esse artigo, citarei algumas manchetes cômicas e trágicas da política nacional, tais como: Clube de amigos promoveu farra milionária no senado; PT paga divida de Delúbio Soares; Dilma é recebida como presidenciável no Rio; Em 2009, cada senador custará cerca de R$ 34 milhões, quase seis vezes mais do que um deputado federal, (fonte: ONG - Transparência Brasil); A Câmara, com 513 deputados, tem menos da metade de comissionados do Senado - que tem 81 parlamentares; se STF mandar, Lula deverá extraditar Battisti; Por Dilma, PT antecipa negociações com o PMDB; Ex-presidente tucano (FHC) associa a ação do inseto à partidarização da máquina pública e critica o PAC; Lula enquadra Mantega sobre proposta de nova CPMF; Em meio à crise que atinge o Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), fez o possível ontem para se eximir da responsabilidade pelas irregularidades... e assim vamos.

Essas e outras manchetes, vistas, lidas e ouvidas na maioria dos jornais brasileiro são piadas ou tragédias?


Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP)

Além do Pensamento Comum

Alguns leitores e leitoras do blog, entre elas a supervisora de ensino da Diretoria de Assis, Rosemary Trabold Nicaci, sugeriu postar nesse espaço, experiências, depoimentos e reflexões de alunos e alunas de Filosofia do ensino médio, da rede pública, ou outras experiências diversas.

Para melhor compreendermos o papel da Filosofia no Ensino Médio, iniciamos esse artigo citando os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que trata da atividade filosófica dessa forma: “A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da atividade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da Filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para a formação plena da cidadania.” (PCN, IV, p. 45).

Com base nas sugestões dos leitores do blog e do PCN iniciamos esse espaço com produções de alunos. Veja a competência e sistematização reflexiva da aluna Liziane Barroso de Souza, terceiro ano do Ensino Médio, período da manhã da Escola Estadual “Dr. Clybas Pinto Ferraz” – Assis - SP, no ano de 2008. Ela foi voluntária na produção desse texto.

Nesse caso, pediu-se que a educanda refletisse sobre qual a importância da Filosofia para ela, estudante do ensino médio. Leiam com atenção:

“A Filosofia, uma das disciplinas presentes no Ensino Médio, é muito importante para todos; principalmente para nós alunos, pois através dela podemos ir além do pensamento comum. A Filosofia nos faz enxergar as coisas além do que elas parecem ser. Com ela, aprendemos a valorizar as diferentes opiniões que temos referente a diversas coisas, que acontecem em nosso cotidiano, nos dando maior liberdade de expressão devido à importância dos diversos conceitos que ela nos oferece.

Por meio dela, podemos formar nosso caráter cidadão, pois aprendemos não só a aceitar as coisas como elas são, mas também questionar o porquê delas serem assim; deste modo conseguimos conquistar nossos direitos não deixando de lado os deveres que devemos cumprir.
Enfim, a Filosofia tem grande influência em nossas vidas. Pensamos de maneira filosófica sempre que questionamos algo, ou seja, pensamos e agimos filosoficamente todos os dias sem perceber que estamos agindo assim. Através dela conseguimos elaborar melhor nossas idéias, indo além do que as pessoas irão pensar”.

Esse texto e outras experiências educacionais filosóficas podem ser encontrados no CADERNO DE EXERCÍCIO (Filosofia em sala de aula), na Revista Filosofia Ciência & Vida, da EDITORA ESCALA: maiores informações visite o site: http://www.escala.com.br/ ou pelo endereço eletrônico: filosofia@escala.com.br.

Participem e deixem a sua opinião, sobre jovens pensadores, estudantes do ensino médio de algumas das nossas escolas públicas estaduais.

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP)

Direitos Iguais

Ética pode ser definida como algo que é bom para a pessoa e para a sociedade. A ética colabora com a problemática do comportamento humano. Nenhum indivíduo ou grupo social deve ser impelido ou coagido a cumprir normas éticas. A ética é normativa e nunca legislativa.

Nessa amplitude de discussões e possibilidades, propomos a discussão a seguir.

Foi posto na pauta do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a discussão do reconhecimento estável do casamento civil de casais homossexuais.

Este artigo pretende expor o assunto de forma imparcial, para que seja um debate mais democrático possível.

Já houve grandes debates sobre a união legal e estável de pessoas do mesmo sexo. A igreja tem sua opinião constituída e baseada na sua doutrina e magistério. Os defensores dos direitos humanos expressam a primazia da Declaração dos Direitos Humanos: “Todos são iguais perante a lei”. Os grupos de Organizações não Governamentais (ONG’s) e movimentos favoráveis aos direitos dos Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis – Transexuais, Transgêneros e Simpatizantes (GLBTS), tem suas convicções quanto aos direitos dos homossexuais. Debates foram feitos, outros serão necessários. Mas este ano será decisivo para aprovação ou não do projeto.

Nas implicações do casamento civil homossexual, não se compreende apenas coabitarem juntos, o que é importante é terem esse direito. Mas, com a aprovação do projeto, outros benefícios serão adquiridos, tais como direitos previdenciários, heranças, pensões e pagamentos de indenizações em situações de perda de cônjuges e outros direitos previstos.

Uma argumentação dos favoráveis à regulamentação e legalização do casamento de pessoas do mesmo sexo será: os de opções homo pagam impostos e encargos, e têm empregos e deveres assim como os heteros? Pagam? Então, por que não podem se unir legalmente? Tratar de formas diferentes casais homos e heteros, não é discriminação e preconceito?

Leia o que disse José Antonio Dias Toffoli [advogado-geral da união]: “Considerando, pois, que as relações afetivas, sejam homo ou heterossexuais, são baseadas no mesmo suporte fático, razão não há – sob pena de discriminação – para se atribuir às mesmas, tratamento jurídico diferenciado.”

Duas considerações deveremos fazer:

Vivemos num país democrático? Então, por que proibir as uniões homo-afetivas estáveis?

Dentre as Igrejas, sobretudo as cristãs clássicas, algumas são contrárias a essas uniões [homo], e consideram a homossexualidade como “anomalia” moral e espiritual. Essas práticas sexuais distanciam essas pessoas da salvação.

O que pensa sobre esse assunto, defenda a sua posição e opinião?

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP)

Pensadores e pensadoras comuns*

O grande desafio da Filosofia é se tornar acessível a todos, mas sem perder sua profundidade. Antonio Gramsci, na sua obra Caderno dos Cárceres, afirma que todos somos filósofos, pois temos a capacidade racional de refletir. Mesmo não sendo filósofos de ofício [especialistas].

Gramsci diferencia o filósofo especialista do não especialista. O segundo [não especialista] também tem a capacidade de filosofar, mesmo que não embasados em teorias filosóficas puras.

Outro desafio do educador e educadora de filosofia: Como despertar [sobretudo nos alunos e alunas] a condição pessoal de sujeitos críticos?

Por que muitos eruditos não concordam com a afirmação de que a Filosofia esta próxima do senso comum? Isso não é desmerecer as teorias e os pensadores. Pelo contrário, é afirmar que a Filosofia não deve estar distante da realidade cotidiana de cada individuo. Precisamos exercitar o filosofar espontâneo e comum. Mas, sempre almejando o filosofar mais especialista [apropriando das teorias filosóficas]. A escola é um importante laboratório de aproximação dos pensadores clássicos e tradicionais.

A Filosofia no Ensino Médio tem a finalidade de desempenhar as habilidades por meio de propostas planejadas e diversificadas, que contemplem as competências de domínio da linguagem filosófica. Construir, aprofundar conceitos, compreensão de fenômenos do conhecimento, propor situações-problemas que levem o aluno e aluna a fazerem escolhas conscientes, éticas e coerentes.

Com isso, não queremos reduzir a filosofia a senso comum, não é isso, mas aproximá-la ao máximo do cotidiano para que os que têm senso comum desenvolvam senso crítico.

Por Márcio Alexandre da Silva (Márcio Alexandre da Silva é formado em Filosofia e educador da rede pública de ensino do Estado de São Paulo- Assis - SP)

Onde estão as nossas referências?

A incrível arte de escrever e poder expressar as nossas imaginações e colocar nessas [imaginações] algo da realidade. É o dualismo platônico do real e do ideal. O texto a seguir é literário (idéias), como elementos concretos da realidade (real). Está disposto (a) fazer essa viagem, aperte o cinto da razão e solte as asas da imaginação... Bom vôo!

O texto a seguir é literário, mas tem uma densidade de realidade.

Um jovem brasileiro insatisfeito com as crises de referências humanas no Brasil visita o Tibet, onde encontra um velho eremita. Esse estava com a obra Macunaíma de Mario de Andrade.

O jovem pergunta: - Porque o interesse pela literatura brasileira?

O velho hesita. Não responde e indaga: - O que fazes no Tibet?

O jovem brada: - Procuro resposta para a falta de referências humanas no Brasil...

Prossegue o velho: - O Brasil já teve grandes líderes; na educação Paulo Freire e Darcy, entre outros: na música Chico, Caetano, Gil e Bethânia; na fé, grandes baluartes, como Claudio Hummes, Paulo Arns, Casaldáliga, Hélder Câmara, frei Betto, Leonardo Boff e Rubem Alves, entre muitos.

O jovem diz: - Esses foram ótimos líderes, mas pouco se fala em Teologia da Libertação [TL] no Brasil. E a música chegou ao final do poço.

O velho já entristecido pergunta: - E o grande líder sindicalista, que conseguiu organizar com ajuda de outros e outras, em 1985 uniu celebridades e povo simples para juntos saírem a ruas é gritarem por Diretas Já. Como é mesmo o nome dele?

O jovem entristece ainda mais: - Lula! Lutou pelos direitos dos trabalhadores e excluídos, fundou o Partido dos Trabalhadores (PT) e, tornou-se o primeiro presidente operário [metalúrgico] do Brasil. Deixando saudade do sindicalista sincero e sensível às necessidades dos necessitados.

O sábio eremita concluiu: - O filósofo e teólogo José Comblin relembra a anedota do jumento, que ao mudar de dono não se alegra, pois só muda o batedor, mas os chicotes e as chicoteadas são as mesmas.

O velho dá a sua última lição: - Como no clássico da literatura brasileira, Macunaíma [Mario de Andrade]: os heróis brasileiros não são tão bons como se pensavam, sobretudo os políticos.

O jovem contribui: - Precisamos de referências para nos espelharmos, não para nos dominar, mas, ser incentivo para empenharmos numa mudança política, social e econômica.

O jovem aproxima-se do velho e indaga: - Como sabes tantas coisas do Brasil?

O ancião, como os olhos lacrimejando responde: - Nasci no Brasil, e com 18 anos de idade, devido ao Golpe Militar [1964], exilei-me no Tibet, em busca de paz e harmonia. E nunca mais tive vontade de voltar ao Brasil!

Reflitamos terminamos mais um ano; quem foram destaques em 2008? Operação Satiagraha, Dantas, Pitta, crise econômica se intensifica, morte de Isabela Nardoni e muitas outras tragédias. CADÊ NOSSAS REFERÊNCIAS? Cadê nossos líderes? Onde estão os nossos heróis?
Onde se escondem as referências para a posteridade? Sarney? Temer, Dilma? Serra? Padre Marcelo?...Cadê? Quem? Com todo respeito aos citados anteriormente, mas, esses são poucos! Enquanto aguardamos novas referências, vamos, nós mesmos, fazer a nossa parte e contribuir para que 2009 seja um ano melhor.

O ato da reciprocidade

Vou abordar nesse artigo o tema filosófico chamado reciprocidade como princípio básico para todas as nossas relações.

Você conhece bem o termo reciprocidade? É um conceito pouco usado hoje em dia, pois nós queremos somente receber, dificilmente queremos nos doar. Seja um pouco do nosso tempo, conselho, vida, enfim, só queremos aspirar o que os outros têm de bom, e na hora da recíproca, saímos pela tangente.

Embora muitos não assumam, mas essa hipótese de correspondência múltipla é o desejo da maioria dos seres humanos. Esse princípio básico da qualidade recíproca permeia quase toda relação humana.

Usaremos exemplos simples, a princípio até mesmo banais, mas com grande profundidade. Imaginamos uma situação, seja qualquer relação, profissional, amizade, amorosa e muitas outras. Na relação com o outro, sempre quando eu o elogio é por que desejo receber o mesmo gabo. Notamos isso no adágio “Você esta tão bonito hoje”.

Quando nos expressamos dessa forma é por que desejamos receber o mesmo louvor. Ou quando uma pessoa insistentemente lhe faz um carinho, um gesto de afeto, um sorriso, um beijo na face, ou inúmeras outras situações, na verdade, pela lógica da relação recíproca, todas as vezes que as pessoas tomam essas atitudes elas estão quase GRITANDO para você “Faça o mesmo comigo”. Com o seu jeito, da sua forma e maneira, não importa, o que interessa é que os seus gestos, afetos, carinhos e sorrisos, sejam correspondidos da melhor forma possível.

Outro exemplo: você esta conversando com uma pessoa que não esta te dando atenção ou lhe respondendo, qual a seu comportamento natural? Para de conversar com aquela pessoa imediatamente, não é isso? Assim acontecem com os relacionamentos unilaterais, eles se esvaziam, por que só uma das pessoas doa-se um pouco de si, e não recebe nada em troca.

Reconhecer o outro, a outra, como amigo e amiga, faz muito bem para alma. Ou mesmo com parceiro, companheiro e irmão. O reconhecimento é um ato de gratidão que nos falta todo dia. Não agradecemos a nossa mãe, os professores, companheiros de serviço, patrões, superiores e tornamos nossa vida um tormento sem paz, tornando-nos cada dia mais individualista.

Na Filosofia, fundamento em Kant que na sua ética do dever, afirma que devemos agir em favor do outro como nos dirigíssemos a nós mesmos.

O que estão esperando? Retribuam reciprocamente os carinhos recebidos...

É UM PÁSSARO, UM HOMEM, UM AVIÃO? NÃO É O BARACK OBAMA

Nunca em toda a história da humanidade falou tanto na posse de um presidente como esse. Embora essa frase anterior seja marca registrada do presidente Lula, ela pode ser aplicada, com muita propriedade na posse do homem mais poderoso do mundo. O novo presidente dos Estados Unidos se tornou um Super-Homem, não no sentido nietzschiano, e sim no hollywoodiano e norte-americano.

Vimos, lemos e ouvimos sua trajetória política nos meios de comunicações de massa. Ele é a grande aposta para mudança mundial. Veja o que disse o presidente Francês Nicolas Sarkozy: “Nós estamos ansiosos que ele comece a trabalhar para que, com ele, nós possamos mudar o mundo”; e o primeiro ministro de Israel, Ehud Olmert, enfatizou: “Obama mobilizou uma grande quantidade de boa vontade e apoio em todos os setores da sociedade”. Promessa de mudança de mundo, aberto ao diálogo e promotor da paz universal (pax romana). Será que esses líderes acreditam nele (Obama), ou estão fazendo a política da boa vizinhança?

Tenho minhas ressalvas quanto a ele (Barack), ele não governará sozinho, e fez muita promessa, falou muito, tem um adágio popular que diz “Quem muito fala, pouco acerta.” Ele não decidirá tudo sozinho, terá um senado opositor e decisivo, por exemplo. Para solucionar a crise econômica que assola o país ele precisará do apoio dos congressistas opositores. Não podemos nos esquecer da forte indústria bélica que gera cifras enormes para a economia do país.

Eles (industriais bélicos) não se alegrarão muito com o cessar fogo (em alguns países em guerra), pois deixarão de ganhar, e farão pressão popular contra o final da guerra do Iraque (para que ela não finde). Obama prometeu o fim dessa Guerra na campanha eleitoral. Não devemos esquecer que o EUA e os norte-americanos respiram o ar ideológico do projeto neoliberal, sistema econômico que reduz tudo a lei do mercado e do lucro.

No neoliberalismo vale pelo que produz. O detrimento dos enriquecimentos de poucos, culmina no empobrecimento de muitos. Nesse sistema, pouco importa as pessoas, se a natureza esta sendo agredida ou se a violência e as guerras estão aumentando. Como as indústrias enfrentarão mudanças nas políticas ambientais, medidas que os norte-americanos acham nocivas para o desenvolvimento econômico?
Penso que Obama tem boa índole, proposta política, retórica e abertura ao diálogo, mas será impedido por forças maiores. Ele é apenas uma peça do quebra cabeça, e não o jogo inteiro, como alguns pensam.

Termino esse citando Hobbes “Homo homini lupus - o homem é o lobo do homem” ele mesmo fez a afirmação contudente “Bellum omnium contra omnes”, é a guerra de todos contra todos.

Será que o novo presidente seguirá essa lógica hobbineana? Ou não apregoará a paz entre os seres humanos e nações. Será que Obama conseguirá conduzir a bandeira da etica, cidadania, honestidade e fraternindade? Numa situação tão adversa?

Penso que é muita reza para poucos milagres!

O que vocês pesam? Deixe a sua opinião e colaboração.

Consumir, sumir, ir... comprar, comprar e comprar

Talvez fosse aconselhável que ninguém lesse esse artigo! Pois, para publicá-lo nos jornais regionais, seria preciso consumir mão de obra para edição, revisão e impressão, isso é um tipo de exploração. Sem levar em conta a questão ambiental: quantas árvores foram necessárias consumir para a publicação dos jornais? Ainda na mesma lógica podemos concluir que para o jornal chegar hoje na sua casa, trabalhadores e até mesmo crianças foram explorados no corte das árvores. Já pensou nisso! Não! Talvez seja devaneio de literário filósofo. Ou não?

Paro e penso que devo continuar a escrever. Mesmo que seja para ser publicado na internet. Então lembrei que o uso da internet consome energia. Sabe quantas pessoas morrem nas construções de barragens? Tudo isso por capricho? Para que outros e outras leiam meu texto na internet?

Descubro outro motivo para não publicarem meu futuro artigo. A seguir começarei a criticar severamente as propagandas (marketing). Como fazer isso? Se as grandes empresas que patrocinam a edição de muitos jornais, sobretudo de circulação nacional. Como posso ser débil? Criticar uma grande empresa que explora seus empregados e pagam péssimos salários, para que os seus produtos cheguem às gôndolas com preço acessíveis. Que imbecilidade! Não achas?

Vou parar de escrever tão agressivamente. Começarei a cobrar políticas públicas, médicos nos postos, melhoria no transporte coletivo, cobrar arborização na cidade... essas criticas não mexem com as estruturas de nossa sociedade consumista.

O filósofo escocês Adam Smith (1723 – 1790), o pai do liberalismo econômico afirmou em suas obras que o mercado é a mão invisível. Ele só esqueceu-se de mencionar que o CONSUMO é o pé invisível que nos derruba, e nos faz sentirmos obsoletos e nos dirigimos à primeira loja para consumir, sumir e ir... comprar, comprar e comprar.

Embora vos escrevais a próprio punho (caneta), assim o faço a mais de 30 anos. Mas, passou na televisão um notebook lindo. Na propaganda sugeria que para estar conectado com o mundo e ser um homem bem informado devo comprá-lo. Para que? Para saber notícias da guerra Israel X Hamas, ou ver a sapatada no Bush? Que infelizmente errou! Mas esqueci meu senso crítico e decidi, vou comprar! A loja faz em 36 meses. Não importa se quando terminar de pagá-lo ele será ultrapassado. E valerá menos da metade do que paguei. Importa tê-lo.

Precisamos urgentemente mudar a conduta do consumir para uma cultura de assumir compromisso de construir uma sociedade sustentável e fraterna.

Mas a quem recorrer? O socialismo ruiu. O sistema capitalista está em colapso, vítima da sua própria sagacidade. Penso que, nem tanto céu, nem tanto terra, o que precisamos é do meio termo aristotélico, ou seja, o equilíbrio entre consumir e ser. Devemos buscar a solução em algo que não seja intitulado sistema econômico (capitalista e socialista ou qualquer que denomine sistema econômico). Podemos começar valorizando mais o ser humano e a nossa casa (planeta).

Não pensem que tudo desse artigo é devaneio (risos). Não tenho nada contra jornais, foi apenas um joguete literário.

E se não publicarem? Valeu a pena escrevê-lo! Disso não há menor dúvida.